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Para historiador, polarização marcará disputa eleitoral

Analisando gestões do presidente Lula e do governador Tarcísio de Freitas, Ney Vilela reprova ambos e os classifica como “medíocres”

18/01/2024 23h58 - Atualizado há 6 meses Publicado por: Redação
Para historiador, polarização marcará disputa eleitoral Divulgação

“O confronto entre Lula e Bolsonaro interferirá, sim nas próximas eleições. Mais do que eu gostaria, mas, felizmente, menos do que eles (Lula e Bolsonaro) imaginam”

 

“Se Lula da Silva tem um excelente ministro da Fazenda e uma excelente ministra da Saúde, o restante do ministério fica entre medíocre e muito ruim”

 

“Havia recursos disponíveis para a ação governamental, mas o trabalho de Tarcísio está abaixo do medíocre”

 

 

O confronto Lula x Bolsonaro estará presente na disputa pelas prefeituras neste ano. O fato do ex-presidente e do atual presidente comandarem partidos com muitos recursos do fundo eleitoral para a campanha é um dos motivos da força dos dois líderes e suas coligações. Porém, este fator não será o mais decisivo para a vitória ou derrota dos candidatos, principalmente nos 645 municípios paulistas A reflexão é do professor, escritor e historiador Ney Viela.

“O confronto entre Lula e Bolsonaro interferirá, sim nas próximas eleições. Mais do que eu gostaria, mas, felizmente, menos do que eles (Lula e Bolsonaro) imaginam. As questões locais terão uma importância relativamente grande. O grande problema é que os recursos para a propaganda política dos partidos políticos estão concentrados nos grupos de Bolsonaro e Lula o que acabará interferindo no processo eleitoral municipal. Agora, eu não imagino que algum prefeito (no Estado de São Paulo) se eleja por falar que está a favor de Lula ou dizer que está a favor de Bolsonaro. O pessoal precisa mostrar serviço se quiser se eleger”, destaca Vilela.

GOVERNO LULA

Apesar de reconhecer que o Brasil melhorou com a saída de Bolsonaro do poder, o historiador classifica a maior parte do Governo Lula como “medíocre”. As únicas exceções, são, segundo ele, Fernando Haddad na Fazenda e Nísia Trindade na Saúde. “O primeiro ano do Governo Lula da Silva foi melhor do que o último ano do Governo Bolsonaro. Até aí nenhuma surpresa, pois nada poderia ser pior do que Bolsonaro no governo. Do ponto de vista econômico, Lula deve muito a seu ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que fez coisas muito importantes para o país. Desde a reforma fiscal que devemos colocar a favor do governo atual. Também devemos a Haddad a preocupação com as contas públicas. Agora, se Lula da Silva tem um excelente ministro da Fazenda e uma excelente ministra da Saúde, o restante do ministério fica entre medíocre e muito ruim. Especialmente na área social, onde temos ministro com muita ideologia e pouquíssima competência”, comenta ele.

RELAÇÕES EXTERNAS

As relações exteriores do atual governo também são reprovadas por Vilela. “No setor das relações internacionais, Lula da Silva trouxe o Brasil de volta par ao plano internacional, mas cometeu vários erros graves. Suas colocações em favor de ditaduras decadentes, com as da Venezuela, de Cuba e de Nicarágua, são colocações muito dolorosas. Lula da Silva também errou muito na questão Rússia – Ucrânia e na questão Israel – Palestina. Seu único ponto favorável aí, foi a maneira pela qual reintegrou os brasileiros, retirando-os da zona de conflito. Nos setores de desenvolvimento econômico, planejamento econômico e desenvolvimento social, Lula da Silva foi, no máximo, medíocre.”

Por fim, para ele, o bom momento econômico não é resultado da gestão atual, mas fenômeno que ocorre à revelia da vontade de Lula e sua equipe. “De qualquer forma estamos no lucro. As ações nas bolsas de valores estão subindo, o dólar mantendo uma relativa estabilidade, até caindo um pouquinho, mas isso, cá entre nós, não é mérito do Governo Lula da Silva. Isso ocorre, apesar do Governo Lula da Silva”, analisa ele.

GOVERNO TARCÍSIO

Quem também não escapou das críticas de Vilella foi o governador paulista Tarcísio de Freitas. Segundo o historiador, sua gestão no Palácio dos Bandeirantes “ficou abaixo do medíocre”. “Ninguém esperava muito de Tarcísio de Freitas. E ele também não conseguiu entregar muita coisa. Tarcísio tem, como vantagem, o fato de que a administração paulista estava relativamente bem organizada, havia recursos disponíveis para a ação governamental, mas o trabalho de Tarcísio está abaixo do medíocre. É curioso que uma propaganda tenha mostrado o governador Tarcísio se jactando de ter construído 18 mil casas populares. Ora, algumas cidades, solitariamente, chegaram muito próximas deste número de 18 mil casas. E, cá entre nós, destoa brutalmente das centenas de milhares de casas/ano que o Governo do Estado de São Paulo costumava entregar. No setor de estradas que Tarcísio parecia ser alguém importante para dar uma melhorada, não houve qualquer melhoria. O que aconteceu de melhoria está relacionado ao fato de que estas estradas estão em concessões feitas há muito tempo. No setor de geração de empregos, na questão da saúde e na educação, Tarcísio de Freitas é um fracasso, especialmente na educação. Tudo, simplesmente tudo o que Tarcísio fez em 2023, fez errado”, conclui ele.

 

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