Políticos assumem: movimentos sociais ampliam democracia
Sem exceção, a classe política concorda que os movimentos sociais mostram que a população tem voz. As manifestações que começaram com protestos sobre o aumento da passagem do transporte coletivo nas capitais e grandes cidades se espalharam pelo interior, ganharam corpo e expuseram outras mazelas da população.
“Depois de mais de duas décadas, a juventude brasileira voltou às ruas. As manifestações se iniciaram contra o valor das tarifas do transporte, mas hoje o movimento ganhou uma dimensão muito mais ampla. A própria presidenta Dilma reconhece que a mensagem vinda das ruas expressa o direito de influenciar nas decisões de todos os governos, do Legislativo e do Judiciário”, afirma o presidente do PT de São Carlos, o deputado federal Newton Lima.
Para Newton, as manifestações comprovam o valor intrínseco da democracia e da participação dos cidadãos na busca pelos seus direitos. “É importante destacar que o movimento cresceu em razão do grande repúdio popular à repressão policial do governo Alckmin no dia 13, quando a passeata estava ocorrendo de forma pacífica. Esse movimento é novo, está passando ao largo das formas tradicionais de organização, como partidos políticos, e deve ser ouvido e respeitado. Não pode ser confundido com as ações de uma minoria de provocadores. Essas manifestações comprovam a vitalidade da nossa democracia”, comenta.
Segundo o presidente do PSDB de São Carlos e presidente do Centro de Estudos e Pesquisas de Administração Municipal (Cepam), o ex-deputado federal Lobbe Neto, as manifestações são reflexo de tanta impunidade. “É um movimento que saiu das redes sociais e ganhou as ruas. A população está cansada de tanta corrupção e falta de punição, os condenados pelo mensalão ainda não estão na cadeia e a inflação aumenta a cada dia. O governo federal é o responsável por 70% de toda a arrecadação e os municípios respondem por apenas 15%, o que dificulta o atendimento das demandas. A população não suporta mais essa situação”, acredita.
O presidente do PMDB, Eduardo Cotrim, afirma que todo movimento social amplia a democracia. “O protesto pelo reajuste do transporte coletivo suscitou outras situações que o povo brasileiro enfrenta no seu cotidiano, como a ausência de uma saúde de qualidade, de emprego, de educação. A voz da rua ganha eco e clama por mais justiça social”, observa.
