Prefeitura nega superfaturamento em compras da merenda
A Prefeitura de São Carlos contestou as denúncias do vereador Roselei Françoso (PT). O parlamentar apresentou uma série de documentos referentes à ata de registro de preços, suspeitando dos valores de diversos itens da merenda escolar. Na edição de ontem, o Primeira Página procurou a Prefeitura para se pronunciar sobre o caso. Na ocasião, disseram que analisariam o conteúdo das denúncias. Um dos produtos que chamou a atenção quanto ao valor foi o extrato de tomate de 350 gramas. O preço médio dos orçamentos apresentava um valor de R$ 13,66. De acordo com a Secretaria de Agricultura e Abastecimento, o valor era referente ao quilo do produto.
“Todos os preços praticados nos pregões da Divisão de Alimentação Escolar são por quilo e não por embalagem, pois podem sofrer variação de preço em função do tamanho”, explicou.
A Agricultura disse que o valor de R$ 13,66 apresentado pelo vereador no pregão de 2014 surgiu em função da convocação da 13ª empresa concorrente. “As 12 anteriores foram desclassificadas conforme processo licitatório, ficando o valor da ata igual ao preço médio dos orçamentos, pois a empresa reduziu o seu preço para poder ser declarada vencedora”, informou.
De acordo com a Agricultura, no caso citado pela reportagem, o preço dos orçamentos por embalagem de um quilo foi de R$ 4,78, o mesmo praticado na ata.
ROSELEI – O vereador foi questionado pelo Primeira Página se houve equívoco na interpretação dos números. Na tribuna da Câmara, ele se pronunciou sobre o caso. “O prefeito pode ter razão, precisa corrigir a redação, mas não é esse vereador que tem corrigi-la, mas sim a equipe de vossa excelência, está escrito aqui: extrato de tomate de 350 gramas, no quantitativo, a unidade está em quilos, e o prefeito falou que pagou R$ 4,15 por quilo, não é verdade, está aqui no portal da Prefeitura, pagou R$ 13,66, ou seja, R$ 4,55 por latinha [sachê] da marca Predilecta que custa R$ 1,59 em qualquer mercado de São Carlos”, esbravejou.
CARNES – O vereador perguntou sobre os valores praticados na ata de preços para os produtos cárneos. Roselei disse que a Prefeitura comprou 60 mil quilos de peito de frango por R$ 12,56. Ontem, ele disse na tribuna da Câmara que pagou R$ 5,59 pelo produto.
Também mencionou a carne bovina patinho, que a administração pagou R$ 17,50 por quilo. Enquanto a média do preço no supermercado beira os R$ 16. Segundo a Prefeitura, nesse caso, o preço corresponde a todo um procedimento que a empresa precisa cumprir para que o produto chegue nas unidades escolares nas condições exigidas na legislação. “A empresa deve fazer a entrega ponto a ponto, na temperatura de -13ºC, para isso necessita de vários caminhões refrigerados para que todas as unidades escolares recebam os produtos adequadamente, no mesmo dia, entrando todo esse procedimento no custo dos produtos e esse preço deverá ser mantido por 1 ano”, esclareceu.
MAQUIAGEM – Na explanação, a Agricultura lembrou que de 2011 a 2015 “os preços sofreram reajustes pela inflação, apesar de maquiada pelo governo federal”. Também alegou que o vereador Roselei Françoso (PT) se esqueceu de informar que os produtos essenciais como arroz, feijão, açúcar e leite tiveram uma diminuição de preço, com é o caso do arroz agulhinha tipo 1, embalagem de 5 kg (R$ 8,40), feijão carioquinha 1 quilo (R$ 2,80), açúcar cristal 5 quilos (R$ 5,85) e leite integral UHT (caixinha de 1 litro) – R$ 2,36. “Se os nobres vereadores nos apresentarem uma empresa que entregue os produtos conforme especificações do edital a um preço menor do praticado na ata de registro de preços, a secretaria está à disposição para atendê-los”, disse a Agricultura.
