13 de Maio de 2024

Dólar

Euro

Política

Jornal Primeira Página > Notícias > Política > Registro impresso de votos soluciona dúvidas sobre fraudes, diz professor

Registro impresso de votos soluciona dúvidas sobre fraudes, diz professor

08/11/2014 14h21 - Atualizado há 10 anos Publicado por: Redação
Registro impresso de votos soluciona dúvidas sobre fraudes, diz professor

O PSDB ingressou com um pedido de “auditoria especial” no TSE com o propósito de se verificar a “lisura do processo eleitoral”. O texto cita informações divulgadas em redes sociais que comprometeriam a credibilidade das urnas eletrônicas em todo o Brasil. A presidente Dilma Rousseff (PT) venceu as eleições por uma margem de 3 milhões de votos à frente do senador Aécio Neves (PSDB).

Na última terça-feira, 4, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) autorizou o acesso do PSDB aos dados das urnas eletrônicas utilizadas no segundo turno das eleições de 2014. Na prática, isso significa que os custos da auditoria caberão ao partido.

Na opinião do professor Mário Gazziro, doutor em Física Computacional formado pela USP São Carlos, docente da Universidade Federal do ABC (UFABC) e que estuda a segurança das urnas eletrônicas, uma das alternativas para que não se paire dúvidas sobre os processos eleitorais é a implementação de um registro impresso do voto nas urnas eletrônicas “não para servir de recibo e ser levado para a casa pelo eleitor, mas para ficar depositado em uma urna da seção eleitoral, passível de fiscalização manual, após o término da apuração eletrônica”, destacou.

“Depois, deve se instaurar uma transparência em todas as demais etapas do processo, como a forma de envio dos dados e sua totalização. Isso é desconhecido do público, e sua apresentação não compromete a segurança, visto que os bancos usam métodos conhecidos para realizar as mesmas transações e não é por isso que esses métodos deixam de ser seguros”, comenta.

 

CONTESTAÇÕES

Nas redes sociais, inúmeros cidadãos contestam a votação eletrônica. Segundo eles, se o processo fosse totalmente livre de fraudes, muitos países teriam adotado o sistema há anos.

“Temos países de primeiro mundo como Alemanha que desistiu do voto eletrônico completamente, voltando ao papel. Embora muitos possam acreditar que isso seja uma desconfiança por parte do sistema eletrônico, na verdade trata-se do fato de que a suprema corte alemã, seguindo o que manda sua Constituição, decidiu parar de utilizar o voto eletrônico, pois suas leis obrigam que qualquer processo de fiscalização eleitoral possa ser realizado por qualquer cidadão, independente dele possuir conhecimentos técnicos ou não. Por isso voltaram ao voto em papel”, compara Gazziro.

Ele completa: “Outros países, incluindo o Brasil, não têm essa especificação em sua Constituição, permitindo o voto eletrônico. Porém, aqui não existem formas dos fiscais efetivamente poderem realizar a fiscalização, visto que não existe o registro impresso, já adotado por todos os outros países do mundo que utilizam urnas eletrônicas”, lamenta.

Recomendamos para você

Comentários

Assinar
Notificar de
guest
0 Comentários
Comentários em linha
Exibir todos os comentários
0
Queremos sua opinião! Deixe um comentário.x