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Roberto Freire: “Governo Lula vive no passado”

Ex-ministro comemora queda de Bolsonaro, mas ressalta que Lula está desconectado do mundo virtual e das novas tecnologias

13/01/2024 23h54 - Atualizado há 6 meses Publicado por: Redação
Roberto Freire: “Governo Lula vive no passado” Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

“Estamos vivendo o mundo digital, a Inteligência artificial e um novo mundo diz o historiador israelense Yuval Noah Harari, um mundo do Homo Deus”

 

“O Ministério da Fazenda aponta para um caminho e setores importantes do partido do governo e dentro do governo apontam, em outra direção”

 

“É um ano em que se comemora o afastamento do risco que tínhamos quanto a nossa liberdade com a continuidade do Governo Bolsonaro”

 

O ex-ministro, ex-deputado federal, ex-senador e ex-presidente do Cidadania, Roberto Freire, de 79 anos, afirma que o governo do presidente Luís Inácio Lula da Silva, vive do passado e está totalmente desligado das transformações tecnológicas que o mundo vem passando, com o mundo digital, a inteligência artificial, a indústria 4.0 e a biotecnologia. Por outro lado ele comemora o fim da Era Bolsonaro, que para ele era um claro obstáculo para a democracia. “Foi importante porque encerramos, pelo menos assim eu espero, a quadra desastrosa do Governo Bolsonaro.  Mais desastrosa do ponto de vista da sua atuação durante a pandemia e do seu descompromisso total com a democracia. Nós tínhamos risco e evidenciou-se isso ela descoberta ou pela ação de muitos de seus seguidos, de atentar contra as instituições republicanas e contra a democracia. Portanto, este aspecto positivo deve ser ressaltado. É um ano em que se comemora o afastamento do risco que tínhamos quanto a nossa liberdade com a continuidade do Governo Bolsonaro. Claramente, além de seu negacionismo e de seu obscurantismo, era um governo que tramava tentativa golpista. Então, neste aspecto positivo”, destaca ele.

Freire vê na gestão de Lula um excesso de cuidado com o “varejo” da política e os paliativos como solução. “No resto, um governo muito do cotidiano, do dia a dia, das miudezas, de uma visão muito do passado. Basta-se ver que todos os programas por eles lançados, inclusive por parte da economia, são todos do passado. Os programas têm até os mesmos nomes. Então, veja, é não entender que quando foi presidente, foi uma época, e outro estamos vivendo uma outra. Aliás, podemos não dizer época, mas sim uma nova era civilizatória. Estamos vivendo o mundo digital, a Inteligência artificial e um novo mundo diz o historiador israelense Yuval Noah Harari, um mundo do Homo Deus, onde o conhecimento é a força motriz deste mundo que já estamos vivenciando e temos até dificuldade de pensar o que o futuro vai reservar para as futuras gerações”, comenta.

A condução da economia, segundo Freire, sintetiza o que é o governo, com uma parte puxando para um lado e outra parte tentando atrapalhar. “É um governo que não tem um projeto, que não está atualizado, que responde mais ao dia a dia e que não segue um projeto. Basta ver a contradição que ainda existe no governo sobre qual política econômica adotar. O Ministério da Fazenda aponta para um caminho e setores importantes do partido do governo e dentro do governo apontam, em outra direção. E isso estamos evidentemente estamos vendo agora. E isso, evidentemente leva a vivermos momentos de riscos de crise política. Temos visto uma reação do governo revanchista contra o Congresso Nacional que vetou o projeto de desoneração da folha de pagamento de 16 setores econômicos brasileiros. Era uma discussão que poderia ser feito, até porque o governo conversa muito com o Congresso e atende, inclusive, a interesses não muito republicanos. Esta relação governo-centrão envolve questões ligadas à moralidade pública. Basta ver a continuidade do orçamento secreto com outro nome e transformando um orçamento federal num orçamento de distribuição no varejo para interesses de parlamentares sem que o governo tenha uma ação mais republicana com o Congresso”, critica ele.

A opção de Lula na condução da política externa também é alvo de duras críticas do ex-ministro.  “Um outro aspecto perigoso é que o Governo Lula está dando uma guinada nas nossas relações internacionais muito perigoso. Ele está se afastando daquilo que é a nossa referência histórica. Somos parte do Ocidente e ele está inventando um Sul Global junto com outros num diversionismo se juntando a interesses que evidentemente não são os interesses das nações Latino-Americanas, que não são o interesse do Mundo Ocidental e fundamentalmente dos interesses da democracia. Pois, grande parte dos países que o Governo Lula procura se vincular são países ditatoriais, antidemocráticos, alguns deles, inclusive, fundamentalistas e religiosos, Repúblicas ditatoriais teocráticas, como é o caso do Irã e apoio até escancarada a criminosos de guerra, como no caso da invasão russa à Ucrânia. Isso evidentemente coloca o mundo numa situação conflituosa e o Brasil vem apoiando aquilo que me parece profundamente equivocada que não é a defesa de um futuro com a defesa da liberdade e democracia, mas é o contrário. Nós estamos vendo processos graves de radicalização de movimentos fundamentalistas fanatizados e perigosos que tratam, inclusive as mulheres e os novos costumes, as novas realidades das novas famílias de um mundo em transformação com a visão profundamente atrasada de uma religios9ade que subalterniza mulheres, que reprime a diversidade, então é tremendamente perigosa do ponto de vista cultural e até humanísticos. Então, neste sentido é uma outra crítica que podemos fazer. Vamos estamos imaginando que possamos ter um ano melhor. Desejamos isso para o governo, para o Brasil e para o mundo. Vamos ver se em 2024 encontramos a paz”, questiona Roberto Freire.

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