Vereador diz que governo ‘faz bagunça’ com história de uniformes
Diretor administrativo e financeiro na gestão do ex-prefeito Oswaldo Barba (PT), o vereador Roselei Françoso (PT) concedeu entrevista na manhã de ontem e teceu duras críticas à gestão Paulo Altomani (PSDB). Ele considera que o governo tucano ‘faz bagunça’ com a história dos uniformes e não consegue solucionar a distribuição às escolas da Rede Municipal de Educação.
Ao Primeira Página, o petista disse que a Prefeitura não conseguirá “calar a sua boca”. Ele enxerga uma manobra da administração em tentar ‘minar’ o seu mandato por conta das denúncias. O parlamentar, inclusive, tem ameaçado abrir uma Comissão Processante contra o prefeito Altomani e reafirmou que não desistirá da ideia.
Na última segunda-feira, 6, o prefeito de São Carlos denunciou o encontro de peças escolares em um sótão da Escola Municipal de Educação Básica (Emeb) Arthur Natalino Derigge, no Antenor Garcia. No dia seguinte, a Corregedoria apresentou a contabilidade dos produtos encontrados – 696 peças, entre mochilas, shorts-saia, blusas e camisetas.
Roselei disse que os processos de compra de uniformes no governo passado eram regulares e desafiou o prefeito a fazer uma comparação com os pregões eletrônicos executados na administração passada.“Naquela época havia disputa, coisa que não existe hoje, uma compra que ficava em até R$ 500 mil, hoje fica R$ 7,5 milhões. Se houve irregularidades lá atrás sobre número de peças como ele mostra, hoje o questionamento principal é quanto aos preços, inclusive o Ministério Público fez o processo ser interrompido porque havia ilegalidades”, disse o vereador ao lembrar da intenção da Prefeitura em gastar mais de R$ 9 milhões na compra de uniformes.
O vereador do PT garantiu que os uniformes comprados foram entregues. “Esse governo faz bagunça com a história dos uniformes. A Prefeitura deveria esclarecer melhor sobre as peças que foram encontradas com os nomes dos alunos. Também deveriam esclarecer os motivos da baixa no estoque do almoxarifado em 19 de agosto de 2013. Se eles provocaram toda essa bagunça, a culpa não é do governo anterior”, dispara.
PERDAS
Roselei Françoso é enfático ao declarar que a polêmica dos uniformes traz prejuízos às crianças. “Depois de 3 anos, o governo não conseguiu entregar uniformes de verão para as crianças do Angelina Dagnone de Melo (Santa Felícia) e Antônio Stella Moruzzi (Tangará). Não adianta querer imputar responsabilidade para a administração anterior, pois ele é o prefeito e responsável pela distribuição do que está aí”, comentou.
Na opinião de Roselei, Altomani precisa ‘descer do palanque’. ‘Falta quase um ano para o governo acabar. Ele deve fazer a varredura nas escolas. Existem funcionários para isso, teve uma CPI na Câmara sobre o assunto, não é possível que eles não foram inteligentes o para fazer essa varredura enquanto ocorria a CPI, a sindicância, será que ele não têm nenhuma diretora de sua confiança que falasse sobre a existência dos uniformes nas escolas? O que tem de errado em ter uniformes nas escolas?”, questiona.O petista reafirma que o governo do PT não tem responsabilidade sobre a falta de entrega dos uniformes. “Se isso [os uniformes] foi encaminhado para a escola, se não foi entregue e teve algum problema isso não tem nada a ver conosco, em nenhum governo de que participei procuramos esconder nada, fazíamos com total transparência, vinham empresas de todo o Brasil participar, isso não ocorre hoje, pois se existem quatro ou cinco empresas não se tratam de irregularidades na compra dos uniformes, desculpa, mas não é isso, o prefeito só está querendo calar a minha a boca, mas isso ele não vai fazer”.
“Temos 14.600 alunos na Rede Municipal, a Prefeitura está comprando 40 mil uniformes para dois anos. Vão sobrar seis mil por ano. Então, o prefeito precisa pensar antes de falar besteira”, provocou Roselei.Roselei afirmou que existem 14.600 alunos na rede municipal e que a Prefeitura está comprando 40 mil uniformes. “São para dois anos? Eles estão comprando 40 mil uniformes, ah mais são para dois anos? Mas sobram seis mil por ano, é preciso pensar antes de falar besteira, porque os números são públicos”, ressalta.
