Vereadores aprovam projeto que autoriza contratação de preceptores
A Câmara de São Carlos aprovou, por unanimidade, o projeto que altera o dispositivo da lei municipal nº 16.000, de 23 de fevereiro de 2012, que dispõe sobre o plano de carreiras e salários e estrutura de governança da carreira dos servidores públicos da Administração Pública Municipal Direta e Indireta.
O projeto estabelece alterações no artigo 6º da lei, permitindo que os médicos do serviço público, contratados em regime de tarefa admitidos como preceptores de alunos da UFSCar e que exerçam suas atividades nas UBS (Unidades Básicas de Saúde) possam reduzir o número de consultas para, no mínimo, quatro por dia, no máximo dois dias por semana, obrigando-se a realizar, no mínimo, 44 consultas por semana, sendo vedada aos optantes dessa situação o benefício fixado na Lei Municipal nº 13.800, de 2006 (que regulamenta a gratificação destinada aos médicos das equipes de saúde da família no município).
Os estudantes do curso de medicina acompanharam a votação no plenário, entretanto, o representante dos alunos, o estudante do segundo ano, Yuri Souza Zillig, afirmou que esse é apenas um passo para o término da greve, que hoje completa 61 dias. “A universidade prometeu que, assim que aprovado o projeto, abrirá o processo de contratação dos médicos preceptores. Vamos esperar esse processo terminar, inclusive com a contratação dos médicos, para debater a volta às atividades”, explica.
CRÍTICAS – A questão da saúde foi alvo de várias críticas dos vereadores. Walcinyr Bragatto (PV) disse que a falta de médicos nas unidades de saúde, com a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Vila Prado, tem comprometido o trabalho dos demais profissionais que trabalham no setor. Bragatto afirmou que vai pedir uma audiência pública com o secretário Edílson Seraphim Abrantes com o intuito de cobrar a prática do protocolo de atendimento à população que, segundo ele, é uma promessa do secretário. “Esse projeto vai ser colocado em prática ou ficará na gaveta?”, questiona.
“A população tem se revoltado com razão. Não dá para levar o filho à unidade de saúde e não ter médico”, completa.
O vereador Equimarcílias Freire (PMDB) foi mais incisivo. Ele afirmou que alguns pacientes ficam cinco horas esperando por consulta na UPA e criticou o fato do secretário de Saúde montar uma equipe com pessoas de Descalvado, que não conhecem o sistema operacional da UPA. “O secretário continua dormindo em berço esplêndido. Ele precisa assumir o cargo”, afirmou Freire. E alertou o prefeito Paulo Altomani (PSDB): “O secretário disse à imprensa que conheceu o Paulo [Altomani] dois meses antes da eleição. O Altomani não pode perder 20 anos de sonho para dois meses de amizade”.
Dé Alvim (PT) cobrou a abertura de uma sindicância interna na Unidade de Saúde da Família (USF) do Aracy. Segundo ele, uma enfermeira aplicou uma vacina errada em uma criança de 10 meses. “A criança teria que tomar uma vacina contra febre amarela. Quando o pai chegou, a enfermeira ligou desesperada para a família denunciando o erro”, afirmou. Segundo Dé, o médico disse que a vacina errada não causaria problemas, no entanto o vereador quer apuração do erro.
