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Voto biométrico é inútil, afirma especialista

08/11/2014 14h19 - Atualizado há 10 anos Publicado por: Redação
Voto biométrico é inútil, afirma especialista

Segundo o professor Mário Gazziro, o sistema do voto biométrico, que se propõe a evitar fraudes na votação eletrônica, é um sistema inútil. “O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) gastou R$ 77 milhões para implantar a biometria, abordagem que não resolve em nada o principal problema a que se propôs, que seria evitar que o mesário corrupto ou coagido votasse por um eleitor que faltou – visto que o mesário recebe uma senha para poder autorizar as pessoas, cuja biometria falha ao ler as digitais. Ou seja, medida completamente inútil, sendo que houveram registros de seções onde mais de 80% dos votos utilizaram essa senha, enquanto a média de erro na biometria é de apenas 5%”, explica.

O TSE divulga uma estimativa de investimentos de R$ 300 milhões para implementar o voto impresso nas urnas eletrônicas. No Brasil, existem 450 mil unidades e o Tribunal estima que seriam gastos R$ 666 por impressora. “Mas, certamente esse preço cairia, em função do elevado número de urnas eletrônicas”, acredita Gazziro.

“Mesmo que os votos impressos custassem os R$ 300 milhões informados pelo TSE, valeria muito mais a pena o investimento, uma vez que o Orçamento do Tribunal é de R$ 1,5 bilhão e permitiria o início das fiscalizações eleitorais, do que ter investido uma fração desse valor na biometria”, endossa o professor.

Na UFABC, o professor desenvolve um novo protótipo de urna eletrônica que, segundo ele, atende a todos os requisitos de confiança e transparência que a urna não atende e com um custo bem menor.

“Mesmo que o PSDB ou qualquer outro partido peça auditoria sobre o processo eleitoral, fica impossível contestar os resultados apresentados pelo TSE sem os votos impressos. Vale criticar que no Brasil não ocorre o sistema tripartite de poderes com relação ao TSE. Ou seja, quando uma denúncia é feita, o Tribunal é quem a julga, sendo réus e juízes na ação, motivo o qual nos trouxe a um cenário em que o Brasil se tornou o único país do mundo sem fraudes ou falhas oficiais constatadas em urnas eletrônicas”, conclui Mário Gazziro.

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