Elizabeth Wurtzel, autora de ‘Nação Prozac’, morre aos 52 anos
Elizabeth
Wurtzel, cujas confissões dolorosas e sem rodeios sobre sua luta contra o vício
e a depressão no best-seller Nação Prozac a tornaram uma voz e um alvo para uma
geração de ansiosos, morreu na terça-feira (07) aos 52 anos.
O marido de Wurtzel, Jim Freed, disse que ela
morreu num hospital de Manhattan depois de uma longa batalha contra o câncer.
Nação Prozac foi publicado em 1994 quando
Wurtzel estava na metade dos seus 20 anos, e gerou um debate que durou a maior
parte da sua vida. Críticos a elogiaram por seu candor e a acusaram de
autoindulgência e pena de si mesma, hábitos que ela reconhecia plenamente.
Wurtzel escreveu sobre crescer numa casa partida
pelo divórcio, sobre se cortar quando era adolescente, e sobre ter passado a
adolescência numa tempestade de lágrimas, drogas, relacionamentos fracassados e
brigas de família.
“Não quero soar como uma garota
mimada”, ela escreveu. “Sei que em toda vida ensolarada alguma chuva
deve cair e tudo o mais, mas no meu caso a histeria enquanto crise é um tema
recorrente demais.”
A escritora se tornou uma celebridade, um
símbolo, e para alguns, o remate de uma piada. A revista Newsweek a chamou de
“a famosa depressiva Elizabeth Wurtzel”. Ela foi amplamente
ridicularizada após uma entrevista com o The Toronto Globe and Mail, de 2002,
na qual falava de maneira desdenhosa dos ataques de 11 de setembro do ano
anterior.
Mas muitos leitores abraçaram sua história e a
creditaram por ajudá-los a encarar seus próprios problemas. A notícia da sua
morte foi recebida com luto e gratidão por muitos fãs nas redes sociais.
Entre outros livros de Wurtzel, estão Bitch: In
Praise of Difficult Women e More, Now, Again: A Memoir of Addiction. Ensaios
seus foram publicados no The New York Times, na revista New York e em outros
veículos.
Num artigo de 2015, ela descreveu seu sucesso
inicial na luta contra o diagnóstico de câncer.
“Mas vivo numa era de maravilhas e
milagres, na qual o câncer pode ser curado como um vírus”, escreveu.
“Se algum dia voltar a encontrar o câncer, descobrirei uma maneira de
enfrentá-lo. Sou judia e, com isso quero dizer: nem o pior me derruba. Mas preferia
ter pulado essa parte. Teria sido muito melhor.”