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Adriana comemora o ouro no Pan

24/10/2011 11h53 - Atualizado há 13 anos Publicado por: Redação
Adriana comemora o ouro no Pan

Adriana comemora a conquista do ouro no PanNão faltaram suor, expressões de dor, drama e suspense na vitória de Adriana da Silva na prova feminina da maratona dos Jogos Pan-americanos Guadalajara 2011, disputada neste domingo, na Avenida Vallarta, uma das principais vias de Guadalajara. Somados aos ingredientes naturais da prova mais exaustiva do atletismo vieram também doses generosas de pesquisa, treinamento, sacrifício e estratégia no caminho do ouro brasileiro. Em um clima seco e quente, Adriana derrotou a então favorita e dona da casa Madai Perez e seus fãs, que não pararam de incentivá-la, com 2h36m37s e uma diferença de 1m26s sobre a rival. A peruana Gladys Tejada ficou em terceiro, com 2h38m03s. A marca de Adriana é o novo recorde dos Jogos Pan-americanos.

Depois de se manter em terceiro lugar durante a primeira metade da prova, Adriana ultrapassou Tejada na altura dos 25 quilômetros e começou uma caça à corredora mexicana que durou mais 12 quilômetros. Na altura dos 30km, 1m30s separavam as duas. A partir daí, cada parcial de diferença entre as duas, anunciada pelos alto-falantes, diminuía a vantagem de Perez e aumentava o frisson entre os torcedores. Sete quilômetros, a diferença já ficara para trás. No fim, Adriana da Silva cruzou a linha de chegada da maratona feminina 1m26s à frente de Perez e, diante da arquibancada, ajoelhou-se, beijou o chão com uma bandeira brasileira às costas e chorou copiosamente, apoiada no treinador Cláudio Castilho.

A cena era o ponto final de uma preparação de dois meses para o Pan de Guadalajara. Treinador e atleta estudaram a prova pan-americana em minúcias: a temperatura e a umidade eram analisadas a cada hora; os efeitos da altitude foram vencidos em treinos em Paipa, na Colômbia, a 3,200 metros do nível do mar, durante 35 dias, além de mais duas semanas em San Luís de Potosí, já no México. A nutrição, com muita hidratação, buscava prepará-la para o horário incomum da prova – geralmente, as maratonas são disputadas pela manhã, mas em Guadalajara a prova foi às 16h. E as principais adversárias foram minuciosamente estudadas pelos dois – especialmente Madai Perez, dona da melhor marca entre as competidoras.

“A preparação foi fundamental para a prova. Sabia que teria que ter um início mais cadenciado para apertar o ritmo na segunda metade da maratona. É como eu gosto de correr a prova”, afirmou Adriana, que passou a ter mais esperança no meio da prova. “Cheguei a correr sozinha, isolada, sem ver ninguém. Perdi completamente a referência, até alcançar a segunda colocada. Depois, passei a ver as luzes das motos, que acompanham a líder. Elas estavam muito longe, mas começaram a ficar cada vez mais perto. Pensei: ei, a medalha de ouro está logo ali!”, disse, sorridente. Mesmo com a preparação, Adriana contou que sofreu com o clima seco de Guadalajara. “A boca ficava seca o tempo todo, foi uma prova extremamente desgastante”, revelou.

Sempre ao lado da maratonista, o treinador Claudio Castilho era a imagem do orgulho pelo resultado da pupila. “A Adriana responde muito bem a provas duras, complicadas. A prova aqui, pelas condições climáticas, foi quase desumana”, afirmou o treinador, que aumentou as esperanças de um bom resultado ainda no início. “Tanto a Perez como a Tejeda começaram em um ritmo muito forte. Era dificílimo que elas mantivessem o pique. E não deu outra: no quilômetro 30, a Perez quebrou. Nós programamos a corrida para o recorde pan-americano. Se atingíssemos a marca, teríamos boas chances de ganhar a medalha”.

Poucos minutos após a prova, Adriana já fazia projeções para o seu futuro: como alvo, os Jogos Olímpicos de Londres, em 2012. Para alcançar uma vaga, a maratonista tem que baixar o tempo de 2h30m07s – até hoje, sua melhor marca é2h32m30s. “É o nosso próximo objetivo e começaremos a traçar uma nova preparação para isso. Temos algumas provas na Europa no início do ano propícias para tentar alcançar a marca”, afirmou. Antes disso, Adriana admitiu, seu plano imediato era mais fácil de colocar em prática: comer uma pizza. O treinador concordou. Ela merece. (cob.org.br)

Foto: Jefferson Bernardes/Vipcomm{jcomments on}

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