Cármem Lúcia condena atentados contra instituições
Ministra do STF disse que ações se voltam contra o país
A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia
disse nesta última terça-feira (16) que atentados contra instituições
brasileiras “voltam-se contra o país”. A ministra leu uma nota em defesa da
Corte na abertura da sessão da Segunda Turma do STF.
Segundo a ministra, não é aceitável que a ação de alguns “descomprometidos com
o Brasil” impeçam as liberdades garantidas pela Constituição.
“Somos nós juízes constitucionais, servidores públicos, a quem incube o dever
de, em última instância judicial, não deixar que o estado de direito
conquistado se perca, porque todos perderão. Atentados contra instituições,
contra juízes e contra cidadãos que pensam diferente voltam-se contra todos,
contra o país, afirmou a ministra na nota.
Cármen Lúcia assegurou que os ministros vão continuar honrando a
Constituição.
“Que não se cogite que a ação de uns poucos conduzirá a resultado diferente no
que é a convivência democrática. E não se cogite que se instalará algum temor
ou fraqueza nos integrantes da magistratura brasileira. Este tribunal é
presente, está presente, permanecerá presente e atuante, cumprindo seus
compromissos institucionais com a República”, afirmou.
O ministro Celso de Mello apoiou as palavras da ministra e disse que é
“inconcebível que ainda sobreviva no íntimo do aparelho de estado brasileiro um
resíduo de forte autoritarismo”
“Esse discurso não é um discurso próprio de um estadista comprometido com o
respeito, à ordem democrática e que se submete ao império da Constituição e das
leis da República”, afirmou.
No sábado (13), um um grupo que estava na Praça dos Três Poderes lançou fogos
de artifício em direção ao prédio do STF. Após o episódio, a Procuradoria-Geral
da República (PGR) passou a investigar o caso.
O presidente do STF, Dias Toffoli, disse que a Corte “jamais se sujeitará a
nenhum tipo de ameaça”.