Disputa EUA e China, Previdência e terras indígenas são temas da Fuvest
As
provas do segundo dia da última etapa da Fuvest 2020, que seleciona
estudantes para uma vaga na Universidade de São Paulo (USP),
cobraram temas como a guerra comercial entre os Estados Unidos e
China, a Reforma da Previdência e a disputa de terras indígenas por
mineradoras. Os candidatos responderam nesta última
segunda-feira (06)
a 12 questões dissertativas de duas, três ou quatro disciplinas, de
acordo com a carreira escolhida.
As
provas do segundo dia são consideradas umas das de maior grau de
dificuldade dos vestibulares do País, já que os alunos respondem a
questões das disciplinas específicas para as carreiras a que
concorrem por uma vaga. Para os coordenadores de cursinho, as provas
estavam mais difíceis neste ano do que em edições anteriores.
Os
coordenadores destacaram que a prova manteve, na maioria das
disciplinas, um formato tradicional, com a cobrança direta de
conteúdos, exigência de conceitos clássicos e sem contextualização
das questões. “Exigia que o candidato fizesse muita análise,
que lesse com muita ação todos os textos, gráficos, imagens. Era
preciso ser muito cuidadoso com as informações dadas. Uma prova
clássica, com questões difíceis de serem resolvidas. Nenhuma delas
era solucionada de maneira imediata ou fácil”, disse Vera Lucia
Antunes, coordenadora do curso e colégio Objetivo.
A
exceção, segundo os educadores, foi a prova de Geografia, que tinha
questões mais contextualizadas. “Em Geografia, a prova se
destacou por trazer temas muito atuais, questões muito recentes”,
disse Fernando da Espiritu Santo, gerente de avaliações do cursinho
Poliedro. A prova trouxe uma questão que trazia o pôster da série
de televisão Chernobyl para falar sobre energia nuclear. Outra
questão trazia dados sobre o envelhecimento populacional dividido
por raças e questionava argumentos sobre a Reforma da
Previdência.
Santo
destacou também uma questão que abordava uma notícia de agosto,
quando o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusou a china
de depreciar propositadamente a sua moeda para favorecer os produtos
chineses. “O que demonstra como a Fuvest é realmente exigente
na seleção dos candidatos. Além de tudo o que ele precisa ter de
conhecimentos do ensino médio, o aluno precisa ter acompanhado o que
acontece no mundo”.
Já
as outras disciplinas, tiveram uma abordagem mais direta e
conceitual. É o caso de História, em que foram cobrados temas
clássicos, como o movimento Modernista em São Paulo e o período
colonial no Brasil e no Peru.
Matemática
teve, segundo os educadores, uma das provas mais difíceis dos
últimos anos apesar de ter cobrado temas clássicos. “Era uma
prova que exigia muito do candidato e era demorada de ser feita. Por
isso, exigia que o aluno tivesse o que chamamos de traquejo
algébrico, que é a capacidade de rapidamente entender qual é a
melhor forma de resolver o exercício”.