A cada dia mais pessoas chegam à invasão do Antenor
Segundo os primeiros moradores da invasão do terreno da prefeitura na rua Um do Antenor Garcia, novas famílias procuram o local todos os dias para conseguir um espaço e construir sua moradia. Durante a semana passada cerca de oito novas famílias se instalaram. Algumas estão em uma lista de espera. Moradores de rua, desempregados todos buscam uma alternativa de vida na invasão.
Em caso de reintegração de posse os invasores sabem que terão que deixar o terreno, porém querem chamar atenção para o problema da moradia social e popular. De acordo com Marcelo, um dos primeiros a invadir o local, até o momento a prefeitura não conversou com o moradores. “Pedimos que a prefeitura venha aqui ver a nossa situação. Não somos bandidos queremos apenas uma casa para morar”. Ele disse ainda que não aceita ver casas fechadas no Jardim Zavaglia e no próprio Antenor Garcia. “No Zavaglia falaram que as casas eram para pobre e lá tem muita gente que não foi morar. Pegaram a casa e não foram morar”, desabafa.
A situação dos moradores na invasão é preocupante, apesar de muitos estarem interessados por um pedaço de terra e construir o seu barraco, a precariedade é visível. “Estamos aqui em água, sem luz, vivendo no chão. Nós sabíamos que seria assim. Agora tem muita criança, gente velha e as famílias passando necessidade. Tem gente que não tem o que comer aqui e a prefeitura não mandou ninguém, nenhuma assistente social para ver as famílias”, contou Marcelo.
Rosana é outra moradora da invasão e se diz preocupada com a situação de algumas famílias. “Olha todos aqui são pobres. Eu estou sem emprego, meu marido também. Se tirarem a gente daqui não sei o que vai acontecer. Mas mesmo sendo pobres estamos nos ajudando. A gente divide o pouco que tem com quem não tem. Mas a prefeitura podia vir aqui e olhar a nossa situação”, explicou.
OCORRÊNCIAS
Desde o início da invasão a polícia militar não registrou nenhuma ocorrência no local. O único boletim feito foi o da invasão de párea pública. “Nós estamos aqui organizados e pacíficos. Não queremos confusão. Todo mundo sabe aqui que não é para brigar ou causar problemas. Estamos juntos em busca da nossa casa”, disse Marcelo.
A prefeitura ainda não entrou com o pedido de reintegração de posse por falta de uma certidão. De acordo com o departamento jurídico o pedido será protocolado segunda-feira, 24.
