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“A ocupação dos Sertões de Araraquara” foi lançado na Unicep

06/12/2012 12h39 - Atualizado há 11 anos Publicado por: Redação
“A ocupação dos Sertões de Araraquara” foi lançado na Unicep

No dia 27 de novembro, os professores Fransérgio Follis, Unicep e Oswaldo Truzzi, UFSCar, lançaram o livro “A ocupação dos Sertões de Araraquara: das sesmarias e apossamentos à Lei de terras de 1850”, da editora EduFSCar. Participaram do lançamento alunos do curso de História e de Pedagogia da Unicep.

 

Os autores contaram, durante o lançamento, como surgiu a ideia para escrever o livro. “Trata-se de uma grande e feliz coincidência, explico por quê: desde 2005, desenvolvo um texto sobre o processo de ocupação do território brasileiro no período colonial mediante sesmarias e apossamentos, avançando pelo período imperial, até a Lei de Terras de 1850. E, em 2007, o contato com a literatura ufanista e amadora sobre a história das regiões de São Carlos e Araraquara me fez perceber a carência de uma pesquisa científica rigorosa. Então comecei a analisar como se deu o processo de ocupação dos Sertões de Araraquara, utilizando a documentação transcrita e disponibilizada na literatura histórica da região”, explicou Fransérgio.

Com esses materiais em mãos, Fransérgio, resolveu conversar com o Prof. Oswaldo Truzzi, para pedir sua opinião, “já que se trata de um pesquisador com produções científicas de qualidade sobre a história da região”. A grande e feliz coincidência foi que o Truzzi já estava trabalhando num projeto justamente sobre a mesma temática, transcrevendo vários documentos inéditos sobre a propriedade da terra na região.

“Há muitos anos (muitos mesmo, desde o início da década de 1980), venho nutrindo meu interesse em conhecer a história de São Carlos e, de modo geral, da região. Então é natural que, ao me deparar com uma fonte histórica interessante e ainda pouco trabalhada, como esta do registro de terras, surja a intenção de explorá-la, analisando-a e juntando elementos para depois se escrever algo sobre o tema, sob a forma de livro ou de artigos.”, explicou Truzzi. Ao encontrar Fransérgio, “um ótimo pesquisador e professor”, resolveram juntar e complementar as produções e lançar um livro sobre o tema.

“O livro revela como se deu o processo histórico de concentração de terra nas mãos de poucos, a presença de um Estado direcionado para o atendimento dos interesses das classes mais abastadas, em detrimento das classes mais pobres, que foram sendo expulsas e alijadas do direito à terra. Como a base de formação de riquezas era fundamentalmente a terra, essa herança perversa ainda está presente em nosso país, já que ainda não realizamos uma reforma agrária. O problema e a injustiça no acesso à terra é histórico e se manifesta no nosso presente de forma dramática, tendo em vista os problemas decorrentes da expulsão do homem pobre do campo”, explicou Fransérgio.

E Truzzi completou: “Também procuramos reinterpretar certas histórias sobre a região, que vão se cristalizando como ‘oficiais’, ‘verídicas’, mas que não se sustentam, que não encontram comprovação empírica”.

Após o lançamento, Truzzi contou que o livro abre muitos caminhos e possibilidades para futuros estudos. “Posso mencionar estudos no âmbito de uma determinada localidade, ou sobre trajetórias de personagens específicos. Presta-se também como primeira aproximação para se estudar conflitos gerados em torno da propriedade fundiária, ou ainda para se estudar processos de inversão de capitais agrários de regiões já na época consolidadas do estado, como o chamado ‘quadrilátero do açúcar’ (formado pelo polígono circunscrito pelos municípios de Sorocaba, Piracicaba, Mogi-Guaçú e Jundiaí) para as regiões novas a oeste, onde justamente se situam os sertões de Araraquara”.

Para Fransérgio, várias perspectivas já se abriram após o lançamento, pois o livro traz também a transcrição de diversos documentos ainda não analisados. “Mas ainda não nos reunimos para discutir o caminho a seguir, estamos ainda saboreando o livro recém-lançado”.

Após a palestra, todos puderam participar de um coquetel, em que os autores autografaram os livros recém-lançados.

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