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América Latina é o destino de 40% das exportações de São Carlos

25/03/2017 16h08 - Atualizado há 7 anos Publicado por: Redação
América Latina é o destino de 40% das exportações de São Carlos

Os dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior, do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), apontam que o principal destino das exportações de produtos de São Carlos, em 2016, foram os países da Associação Latino-Americana de Integração (ALADI), com 40% do total. Analisados separadamente, Estados Unidos com 33% e Argentina com 18,6% foram os principais parceiros da cidade no comércio exterior.

A ALADI, criada em 1980, tem o objetivo de estabelecer progressivamente um mercado comum latino-americano e engloba treze países da região: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Cuba, Equador, México, Panamá, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela. Atualmente a Nicarágua está em processo de adesão ao bloco.

Um ponto de destaque para as exportações de São Carlos é seu alto valor agregado, o que reafirma o perfil tecnológico da produção industrial do município. Para uma exportação de US$ 294,5 milhões, no ano de 2016, 42% foram de bens de capital – representado por máquinas e equipamentos, 42,6% de bens de consumo – como lápis, máquinas de lavar e refrigeradores e 15,4% de bens intermediários – insumos para a indústria. 

ALTO GRAU DE INDUSTRIALIZAÇÃO – Estas exportações sãocarlenses representam um elevado grau de industrialização dos produtos comercializados quando comparado às vendas totais brasileiras, compostas em grande parte por produtos primários. O Brasil exporta principalmente commodities agrícolas (soja, suco de laranja, carnes, algodão, milho, fumo e café) e minerais (minério de ferro, petróleo, ouro, níquel e prata) que respondem por mais de 66% da pauta de exportação do país.

A expressiva exportação da cidade para os países latino-americanos revela a importância da parceria comercial dentro de uma região que tem mais de 530 milhões de habitantes e um PIB superior a US$ 5 trilhões. Somente dentro do Mercosul, que tem como países membros Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela, os produtos manufaturados representam 86% de nossas exportações, enquanto significam 61% para os Estados Unidos, 38% para a União Europeia e somente 5,4% para a China.

IMPORTANTE PARCERIA REGIONAL – Para o economista Elton Casagrande, as exportações de São Carlos refletem um movimento mais geral na interação comercial do país. “Houve um trabalho diplomático do Itamaraty para construir essa parceria regional, uma expansão das multinacionais na América Latina, com seus laços entre matrizes e filiais e um desenvolvimento das firmas que se consolidaram nesses mercados, com fornecimento perene de produtos industrializados”.

“Os países com padrão de renda menor tem mais acesso a nossos produtos industriais, enquanto os países desenvolvidos compram de nós, principalmente, produtos primários”, observa Casagrande, que coordena o núcleo de economia da ACISC (Associação Comercial e Industrial de São Carlos).

As exportações da cidade são reveladoras de uma importante relação política e econômica do Brasil com seus países vizinhos, segundo o professor do Departamento de Relações Internacionais da Unesp, Alexandre Fuccille. “Os países latino-americanos são uma área prioritária para nossos produtos manufaturados. É onde temos nossos maiores e melhores saldos comerciais”. O acadêmico aponta que este superávit tem uma importância quantitativa, expressada pelo montante de divisas que ingressa no país, e também qualitativa, referindo-se às vendas de bens com maior valor agregado.

Além disso,  Fuccille destaca que “para além de uma área de livre comércio temos uma união aduaneira com os países do Mercosul, o que significa uma proteção para os bens produzidos dentro do bloco, resguardados por uma tarifa externa comum, o que tem sido muito bom para nossos países”.

Em um cenário onde se reforçam as barreiras protecionistas no comércio internacional, com tendência à reprimarização da pauta de exportação brasileira, entende-se como fundamental a adoção de políticas de estímulo e salvaguarda da indústria nacional, assim como o aproveitamento das vantagens que a parceria regional proporciona.

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