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Arte reborn produz bonecas semelhantes a bebês reais

15/06/2013 13h08 - Atualizado há 11 anos Publicado por: Redação
Arte reborn produz bonecas semelhantes a bebês reais

O ato de crianças brincarem de boneca é um costume que atravessa gerações. Essa é uma das atividades mais saudáveis e que contribuem para o desenvolvimento da criança. No entanto, existe uma técnica trazida da Inglaterra que consiste na criação de bonecas com as fisionomias muito parecidas de um bebê real, a Baby Reborn. A arte surgiu na Inglaterra a partir do desejo de algumas mães em transformar as antigas bonecas de suas filhas, reformando roupas, olhos e corpo, e assim, tornando-as cada vez mais parecidas com crianças reais.

 

Em São Carlos existe a produção de bonecas reborn e uma das artistas que utiliza a técnica é Flávia Giorgetti. Ela iniciou o trabalho depois de ver na televisão uma reportagem sobre a arte e, por gostar muito de bonecas, buscou informações, aprendeu e fez uma para sua filha. “Sempre fui detalhista e gostei de trabalhos manuais, foi quando comecei a fazer cursos, comprar moldes e vender”.

O corpo da boneca é composto de um tecido especial que imita o toque de pele de verdade. Os membros são articulados, que dá a naturalidade do bebê. “As peças são todas importadas da Alemanha ou dos Estados Unidos. É como uma tela, são trinta camadas de tinta, a cada camada a peça fica 8 minutos no forno. É uma coleção trabalhosa. Bonecas como esta devem ser para crianças mais velhas, que tenham certos cuidados, pois é uma pintura, exige cuidados”, relata a artista.

 

FATOS CURIOSOS – Algumas curiosidades com relação as bonecas que são muito semelhantes as bebês verdadeiros são citadas pela artista. “Uma vez me pediram para fazer retoques em uma boneca. Quando fui desmontá-la, dentro da cabeça havia restos de comida de verdade. Tem gente que coleciona, mas tem quem quer a boneca como bebê real, e quando se chega nessa parte é complicado”.

Flávia comenta que nos EUA é normal as mães desejarem eternizar seus filhos quando morrem bebês. Ela conta que já teve pedidos como este, mas recusou. “Lá nos EUA chama memorial babies, é comum, mas eu prefiro não fazer. Essa não é uma tradição do brasileiro”.

Outro episódio engraçado que Flávia passou quando deixou a boneca dentro do carro, no bebê conforto da filha e foi na farmácia. Quando ela voltou, havia muita gente batendo no vidro do carro achando que era um bebê de verdade. Uma vez ela foi a uma farmácia com sua filha, que deixou a boneca dentro do carro, no bebê conforto. “Depois disso passei a deixá-la no porta-malas”.

 

Separar a fantasia da realidade é essencial, diz psicóloga

A psicóloga Larissa Locachevic da Silva, afirma que realmente existe o risco de se misturar realidade com “faz-de-conta”. Segundo a especialista, o pior caso é o das mulheres que perdem seus filhos quando ainda são bebês. “Quando se trata de um caso em que a mãe perdeu um filho e, na busca por aliviar essa dor, encomenda uma boneca reborn. Esse caso acaba sendo mais complicado, pois a boneca, de certa forma, substitui esse bebê que a mãe perdeu, dificultando assim com que a mãe passe pelas etapas do luto e aceitando a perda de forma saudável”, diz. “O bebê de mentira dará para a mãe a sensação de que ainda existe um bebê em casa, ela provavelmente irá manter o quarto com os móveis e enxoval do bebê, impossibilitando assim ela passar pelas etapas do luto e superar essa perda”.

Em relação aos cuidados que as pessoas devem ter ao adquirir uma boneca que parece gente, ela afirma que todos devem saber separar realidade e fantasia. “Ter um bebê de mentira como uma lembrança de seu filho que já cresceu ou que já faleceu pode ser interessante desde que a mãe saiba separar e lidar com esses aspectos. As pessoas que adquirem essas bonecas não podem deixar com que isso tome conta de sua vida e impossibilite a realização de seus afazeres diários, devem se atentar para não atrapalhar sua vida social e cotidiana”.

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