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Aumento de andarilhos comprova ineficácia da Secretaria de Cidadania

26/02/2014 22h34 - Atualizado há 10 anos Publicado por: Redação
Aumento de andarilhos comprova ineficácia da Secretaria de Cidadania

A presença de moradores de rua em vários pontos de São Carlos tem incomodado os comerciantes. A reportagem do Primeira Página durante a tarde desta quarta-feira, 26, 16 locais onde há aglomeração, porém a maior reclamação acontece na região da Vila Prado e próximo ao Hospital Escola. Comerciantes começam a amargar prejuízos com os pedintes e as reclamações tem se tornado mais constantes por diversos fatores, entre eles o consumo de bebidas alcoólicas por parte dos indivíduos. Outro fator que incomoda é um aparente aumento no número de pessoas nos grupos, que permanecem durante boa parte do dia incomodando a população.

 

Alguns comerciantes não querem se identificar, com receio de algum tipo de represália, mas a opinião é quase unânime de que a presença do grupo incomoda e afasta clientes. Um morador de rua embriagado incomodava clientes de uma lanchonete na avenida Sallum. Para a proprietária Regiane Filomena, 39, a presença dos moradores e pedintes além de causar medo e insegurança provoca prejuízo diário. “As pessoas deixam de comer, tomar um suco porque são incomodas por eles. Ligamos na prefeitura e ninguém faz nada para resolver”.

Enquanto a reportagem conversa com Regiane dois Guardas Municipais chegaram ao local. Sem saber ao certo como encaminhar a situação eles pediam para que o morador de rua se encaminhasse para a praça da Igreja Santo Antonio. “Esta vendo é isso ninguém sabe o que fazer com eles. É triste ver uma pessoa nesta situação”, disse Regiane.

Para o cientista político Rafael de Souza a situação do morador de rua e de tantos outros problemas sociais se agrava pelo desmonte do aparato público feito na Secretaria de Cidadania. “O que vemos hoje é um verdadeiro descaso com as políticas sociais. O que havia na gestão passada aos poucos está sendo desmontado. Não há uma projeção de melhorar. Podemos esperar o pior”, disse.

Souza vê como um retrocesso toda a política social na cidade já que por politicagem tudo o que foi feito no passado esta sendo deixado de lado. “Todos os governos tem aspectos bons e ruins. O atual deveria pegar o que foi feito de bom e dar continuidade”, explica.

 

OS LOCAIS

Na Vila Prado, além da Igreja Santo Antonio, outro local onde os moradores se concentram é a praça em frente ao estádio municipal Prof. Luis Augusto de Oliveira. Já na Vila Isabel muitos usuários de drogas e andarilhos ficam próximo a praça em frente a um mercado.

A Estação Ferroviária é um ponto clássico e já se tornou moradia para famílias inteiras. Na região da UFSCar há também aglomeração de moradores de rua. E neste caso estudantes reclamam da perturbação. “Nós passamos pelo local e muitas vezes temos que sair correndo. Estão todos bêbados e eu e minha amiga já fomos roubadas aqui”, afirma a estudante de biologia, Mônica Wenzel, 22.

Para o cientista político a prefeitura sabe onde estão estes moradores, porém não consegue fazer uma ação efetiva. “Você acaba ou enfraquece os programas que já existiam, como conseguir resolver a situação”. Para Souza a ineficiência do poder público resulta em situações complexas onde todos perdem.

 

RECLAMAÇÃO

Durante o dia, eles perambulam por toda a praça e chegam a entrar em alguns locais para pedir comida. “Isso particularmente não me incomoda, mas é que eles vão pedir diretamente aos clientes dentro do estabelecimento e isso é o que incomoda”, reclamou um desses comerciantes. Houve ocasiões em que brigas entre os integrantes já aconteceram.

Outra preocupação são os menores de idade que, por vezes, se juntam aos moradores de rua e acabam cometendo pequenos delitos, como um que aconteceu há alguns dias e que foi relatado por uma funcionária de um estabelecimento que fica próximo à praça na região da UFSCar. “Um rapaz estava passando pela praça e eles [moradores de rua] o chamaram, e o roubaram”, contou a funcionária.

 

QUEM DEVE AGIR

A Secretaria de Cidadania é a responsável por gerir os programas sociais para retirar moradores de rua, porém a morosidade da secretária Wiviane Spaziani prejudica as ações. Ela é duramente criticada pela oposição e pela base aliada, que pedem a sua saída.

O vereador Dé Alvim (SDD) acatou durante Wiviane pela sua ineficácia diante da secretaria. Ele apontou alguns lugares em que há problemas, como o Terminal Rodoviário e a região do Cemitério Nossa Senhora do Carmo. “Quando paramos no semáforo, surgem vários pessoas. Não sabemos se de fato é um morador de rua ou um assaltante”, disse. O vereador Penha (PPS), também acredita que os moradores de rua precisam ser mais bem assistidos pela administração.

Recentemente a Prefeitura Municipal solicitou um diagnóstico da situação dos moradores de rua em São Carlos. O pedido partiu do secretário de Governo, Julio Soldado e não da secretária Wiviane, que deveria fazer, já que todas as ações sociais estariam sob sua responsabilidade.

 

“Assistimos em São Carlos o verdadeiro desmonte dos aparatos públicos que deveriam servir para ajudar a população e principalmente aquela mais carente. Os problemas ocorrem no social, na cultura, na educação. Isso já tem um reflexo hoje, mas poderá piorar no futuro”, explicou o cientista político Rafael de Souza. 

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