Bancários podem entrar em greve no dia 18
Na próxima quarta-feira, 12 e segunda-feira, 17, os bancários realizam assembleias em todo o país para deflagrar a greve, que pode ocorrer no dia 18.
Após um mês de negociação, não houve acordo entre a federação dos bancos (Fenaban) e o Comando Nacional dos Bancários. A categoria reivindica reajuste de 10,25%, mais aumento real de 5%, mas os bancos propõem índice de 6%, com aumento real de 0,7%. Participação nos Lucros e Resultados (PLR) de três salários, mais R$ 4.961,25 e o piso com o salário mínimo do Dieese, R$ 2.416,38.
De acordo com o presidente do Sindicato dos bancários, Lauriberto Antônio Viganon, além do reajuste salarial, os bancos estão a cada ano diminuindo os valores dos benefícios, como tíquete-alimentação e a PLR.
“Os sindicatos irão se reunir no próximo dia 12 para decidir com os bancários se aderem ao movimento da greve ou não. A classe está muito insatisfeita com as propostas apresentadas pelos bancos”, afirma Viganon.
Em rodada de negociação na terça-feira, 4, em São Paulo, os bancos mostraram que, ao contrário do que afirmam, não estão dispostos a resolver a campanha na mesa de negociação. Pedindo até mesmo uma contraproposta dos bancários.
O Comando Nacional vai enviar uma carta à Fenaban informando o calendário e reiterando sua disposição em negociar.
O lucro dos sete maiores bancos do país foi de R$ 25,8 bilhões, com aumento de 1,13% em relação ao mesmo período do ano passado. “Todos os anos, o lucro dos bancos aumenta, mas não o repasse aos trabalhadores da classe. Os bancários não querem mais aceitar esta situação”, comenta o presidente Viganon.
As instituições financeiras, para aumentar o “índice de eficiência bancária”, adotam medidas de ajuste, focadas na redução de pessoal, na contenção salarial e em inovações tecnológicas como forma de manter a alta rentabilidade do setor.
Segundo balanço do Dieese, quase a totalidade das categorias, 97%, que fecharam acordo no primeiro semestre do ano tiveram aumento real. A média de reajustes acima da inflação foi de 2,23%. Trata-se do melhor resultado das negociações salariais acompanhadas pelo Dieese desde 1996.
Os bancários são uma das poucas categorias no país que possuem Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) com validade nacional. A data-base dos bancários é 1º de setembro.
São quase 500 mil bancários no país, cerca de 1 mil na base do Sindicato dos Bancários de São Carlos. Nos últimos oito anos, a categoria conseguiu aumento real – acumulado entre 2004 e 2011 – de 13, 93%: sendo 2009 (1,49%); 2010 (3,08%) e 2011 (1,50%).
PRINCIPAIS REIVINDICAÇÕES DA CATEGORIA 2012:
• Reajuste Salarial de 10,25%, sendo – 5% de aumento real, além da inflação projetada de5%
• PLR – três salários mais R$ 4.961,25
• Piso – Salário mínimo do Dieese (R$ 2.416,38)
• Vales Alimentação e Refeição – Salário Mínimo Nacional (R$ 622)
• Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) – Para todos os bancários
• Auxílio-educação – pagamento para graduação e pós
• Emprego –Ampliação das contratações, aumento da inclusão bancária, combate às terceirizações, além da aprovação da convenção 158 da OIT (que inibe dispensa imotivada)
• Cumprimento da jornada de 6 horas
• Fim das metas abusivas e assédio moral – A categoria é submetida a uma pressão abusiva por cumprimento de metas, que tem provocado alto índice de adoecimento dos bancários
• Mais segurança nas agências bancárias, como a instalação das portas de segurança
• Previdência complementar para todos os trabalhadores
• Contratação da remuneração total
• Igualdade de oportunidades