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Casa de eventos onde morreu universitário funcionava de forma irregular

07/03/2014 23h56 - Atualizado há 10 anos Publicado por: Redação
Casa de eventos onde morreu universitário funcionava de forma irregular

A casa de eventos Oásis, onde aconteceu uma festa de formatura de alunos da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e terminou com a morte do estudante Sérgio Gonçalves Lima, 22, no dia 23 de fevereiro, não tinha alvará de funcionamento. A informação é da secretária de pasta Lauanna Campagnoli. Os proprietários entraram com o pedido de alvará na prefeitura no dia 26 de fevereiro, três dias após a morte do estudante, conforme dados de documentos que o Primeira Página teve acesso.

 

O Ministério Público abriu uma investigação para apurar se a casa de eventos possui todas as documentações necessárias. “Pedimos para a prefeitura informações sobre as documentações necessários e não cão tenha que seja feita a interdição do local”, afirmou o promotor Denílson de Souza Freitas.

Segundo Campagnoli, além de não ter o alvará de funcionamento a empresa também não tinha o habite-se, já que o projeto das adequações que foram solicitadas pela prefeitura não havia sido aprovado. “A casa abriu de forma irregular, sem a aprovação da prefeitura. O pedido de funcionamento aconteceu dias depois do incidente”, explicou.

Campangnoli disse que não houve negligência da prefeitura já que a fiscalização ocorre quando há denuncias ou por ação do Ministério Pública. “Não tínhamos como saber se o local estava funcionamento já que fica em lugar afastado. Eu acredito que se eles continuassem sem alvará nós iríamos saber”, afirmou a secretária.

Sobre as punições que os proprietários podem sofrer Campangnoli disse que o local poderá ser interditado e que multas serão aplicadas, mas não soube afirmar isso irá ocorrer e nem os valores da multa. “Nós não interditamos porque não encontramos ninguém. O local esta fechado, então esta fechado”, afirmou. Ela disse ainda que só pode interditar a casa de eventos algum funcionários ou proprietário estiver no local.

 

FISCALIZAÇÃO

Lauanna Campagnoli disse ainda que não há quadros suficientes para fazer fiscalizações previas e por isso trabalha com denuncias e pedidos da promotoria. “São 3 fiscais que fazem a ronda noturna e 10 para analisar os projetos e vistoria-los. Não é suficiente”, disse a secretária. Porém não soube precisar quantos fiscais precisam ser contratos para a Secretaria de Habitação.

De acordo com funcionários da pasta ontem à tarde fiscais estiveram com o contador da casa de eventos Oásis que informou que os proprietários decidiram não abrir mais o local devido a morte do estudante e de não possuírem a documentação necessária para o funcionamento.

 

OUTRO LADO

O Primeira Página teve acesso aos telefones residências e celular dos proprietários. Até o fechamento desta edição ninguém atendeu os telefonemas e também não retornaram as ligações.

 

ENTENDA O CASO

O estudante Sérgio Gonçalves Lima, 22 anos, foi encontrado morto com ferimentos na cabeça e nas costas por volta das 3h59 de domingo, 23, em uma estrada de terra próxima a um salão de festas Oásis, no Jardim Embaré, em São Carlos.

Policiais militares foram acionados para averiguar um possível acidente de trânsito. Entretanto, quando chegaram para apurar os fatos, uma viatura da USA do Samu estava no local e a médica responsável afirmou que o estudante se encontrava morto e pelos ferimentos constatados, não se tratava de atropelamento ou acidente de trânsito, já que não havia sinais de colisão. O estudante estava em uma festa de formatura de Educação Física da UFSCar. No dia o delegado Caio Iberê Galvão Gobato registrou o caso como “morte suspeita”.

Segundo informações do Instituto Médico Legal (IML), o corpo do jovem apresentava hemorragia interna, fratura de mandíbula causada por socos ou pancadas e ferimento em forma de ‘U’ na cabeça. Nas costas o jovem também apresentavam sinais de espancamento. A vítima estava em uma festa de formatura e que reuniu alunos da UFSCar.

Para o delgado que apura o caso, Gilberto de Aquino o local onde foi encontrado o corpo do jovem não é o mesmo onde teriam ocorridas as supostas agressões. “O corpo estava seco, e a estrada de terra molhada por causa da chuva. Acredito que ele tenha sido agredido em um local coberto e o corpo desovado na estrada”.

Aquino trabalhava com a hipótese de espancamento cometido possivelmente por seguranças do local. Mas o depoimento de dois taxistas sobre o caso de dar novos rumos as investigações já que um dos taxistas, que estava de serviço no local, afirmou ter visto o jovem sair sozinho do evento. “Um dos taxistas disse que a vítima chegou a pedir uma corrida, por volta das 3h30, mas desistiu por causa do valor que seria R$ 50. E então, o rapaz voltou a falar com seguranças e ficou ali nas imediações do local. Uma segunda testemunha era um taxista que passou pelo corpo e comunicou o manobrista e disse para que ele pedisse socorro”, relatou Aquino. As investigações e oitivas de testemunhas continuam.

 

MANIFESTAÇÃO

No dia 27 de fevereiro estudantes realizaram manifestação para pedir uma apuração rígida do caso e a prisão dos culpados pela morte do estudante de educação física Sérgio Gonçalves Lima. Participaram do evento mais de 150 pessoas ligadas a UFSCar e USP, além dos pais da vítima.

 

Um novo encontro esta sendo programado pelas redes sociais para o dia 10 de março, às 14h na praça Coronel Salles, no centro. Alunos pedem que participantes utilizem camisas bancas ou pretas para simbolizar paz e luto. 

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