Com oferta menor, etanol continuará caro
Os consumidores de etanol vão ficar afastados das bombas de abastecimento neste ano por um período maior do que no anterior.
A safra de cana-de-açúcar está terminando mais cedo e o início da moagem de 2012 começará mais tarde. Com isso, a oferta de álcool será menor nos próximos meses e os preços vão manter tendência de alta.
Boa parte das usinas vai encerrar a moagem a partir de 15 de novembro, com algumas estendendo a atividade até a primeira quinzena de dezembro. Cerca de 50 usinas já pararam neste ano.
A próxima safra deverá começar de fato a partir do final de abril e início de maio do próximo ano. Demanda menor e preços maiores vão determinar esse estoque de passagem. Segundo a Unica é previsto um reajuste de até 10% no preço do etanol.
Assim a produção menor e entressafra maior jogam o problema para a Petrobras, que deverá fornecer mais gasolina para o mercado nacional.
A octanagem do álcool é maior do que a da gasolina. Portanto, a redução da mistura força a Petrobras a reduzir a produção de gasolina para ter esse derivado com octanagem maior.
Além disso, a empresa deverá elevar as importações, o que já vem fazendo. Até setembro, as compras externas somaram 850 milhões de litros, 66% mais do que no ano passado.
PROBLEMA CONTINUA – O problema deste ano continuará no próximo. Os produtores tiveram dificuldade de renovação dos canaviais, devido ao clima seco, e essa cana só estará disponível para as usinas em 14 meses.
A região centro-sul, a principal produtora de cana-de-açúcar, vive atualmente um clima bem diferente dos demais anos.
O clima desfavorável reduziu o rendimento agrícola e a oferta de ATR (açúcar total recuperável) desta safra é 16,3% inferior à da temporada passada na região centro-sul.
O cenário não é bom. O Brasil levará de três a quatro anos para voltar ao patamar de rendimento agrícola dos últimos dois anos.{jcomments on}