Cooperativa tem prejuízo de R$ 100 mil por instabilidade em coletas
A Coopervida, cooperativa que trabalha na coleta seletiva de São Carlos, enfrenta, novamente, problemas com a falta de caminhões. Dois veículos foram retirados de circulação. A Prefeitura alega que há um mês a coleta não é realizada de porta em porta e que a Coordenadoria de Meio Ambiente vem recebendo muitas reclamações. A presidente da entidade explica que tem atendido as reclamações e que a instabilidade no transporte causou um déficit de aproximadamente R$ 100 mil em 2013. Em reunião realizada na Prefeitura na tarde de ontem, o município comprometeu-se em contratar dois caminhões de forma emergencial e que será aberta uma carta-convite para contratar os veículos ao transporte.
A presidente da Coopervida, Natália Vicente, reconhece que em alguns pontos da cidade, a coleta seletiva é feita de 15 em 15 dias, mas que as reclamações são atendidas prontamente. A entidade conta com 43 cooperados, mas o ideal seriam 60.
“Estamos tentando manter o recolhimento de 100 toneladas por mês, porém, no ano passado, em alguns períodos, ficamos apenas com um caminhão. O cooperado depende do que recolhe para receber o salário. Como há essa instabilidade, muitos desistem e vão procurar um emprego para, ao final do mês, receber o seu salário”.
Cada cooperado recebe, em média, R$ 800 mensais. Essa renda, porém, depende da coleta.
Os repasses da Prefeitura chegam a R$ 23 mil, mas a cooperativa precisa de R$ 60 mil para manter a infraestrutura. “Com as vendas, a cooperativa chega a arrecadar R$ 40 mil, então precisamos dos caminhões para aumentar a coleta e o nosso faturamento”, diz Natália.
Natália afirmou que, com apenas um caminhão, fica impossível contemplar os mais de 80 bairros. “Com três caminhões, a gente consegue trabalhar. O ideal seriam quatro veículos para atender aos condomínios”, explicou.
Em nota, a Prefeitura afirmou que a coleta não conseguiu cumprir nenhuma rota, os caminhões não estão sendo utilizados e a informação é que grande parte dos cooperados se desligou da cooperativa. “Os caminhões não param no barracão. Todas as reclamações feitas na Coordenadoria de Meio Ambiente foram atendidas”, disse Natália.
A Prefeitura explicou que a retirada dos caminhões ocorreu até que a cooperativa consiga passar um cronograma de um plano de percurso, já que pelo contrato eles devem passar o cronograma e cumpri-lo. “Para que os caminhões não fiquem parados e dando uma resposta para a população, a Prefeitura está retirando temporariamente esses caminhões, até receber a documentação da cooperativa, com a rota, dias e horários e após isso colocará novamente os caminhões a disposição dos cooperados”, afirma, em documento.
SOLUÇÃO
Na tarde de desta quarta-feira, 22, o vereador Ronaldo Lopes (PT) e a presidente da Cooperativa estiveram na Prefeitura, em reunião com os secretário Júlio Soldado (Governo), Hilário Apolinário de Oliveira (Trabalho, Emprego e Renda) e representantes da Coordenadoria de Meio Ambiente.
De acordo com Lopes, a Prefeitura comprometeu-se em voltar com os outros dois caminhões na próxima segunda-feira. Eles serão feitos por contratação direta e uma carta convite será preparada para contratar os veículos e resolver o problema da coleta de recicláveis. “As discussões estão caminhando também para a renovação do contrato com a cooperativa, o que será feito na primeira quinzena de fevereiro”, observou Ronaldo.
Como a cooperativa não conseguirá recolher as 98 toneladas estabelecidas em contrato por conta desses imprevistos, a Prefeitura comprometeu-se em respeitar o contrato e efetuar os repasses estabelecidos.