Defesa Civil continua monitorando parede do ‘Tecidão’
Apesar de não oferecer risco iminente de queda, as paredes do antigo prédio da Companhia Fiação e Tecidos São Carlos, o ‘Tecidão’ continua sob o monitoramento da Defesa Civil, segundo o diretor do órgão, Pedro Caballero.
No dia 31 de dezembro houve a interdição da passagem de carros na Rua José Bonifácio, entre as ruas Santa Cruz e 1 º de maio, no centro da cidade. A medida, de caráter preventivo, foi tomada devido as fortes chuvas e ventos, frequentes nesta época do ano, que podem provocar o desmoronamento. “É um prédio do século passado, de 1900. Em 1989, a queda de um telhado forçou a parede, que acabou caindo e desde os primeiros dias de janeiro, quando costuma chover forte, estamos monitorando várias áreas de risco. Isso não significa que a parede do prédio vai cair, mas as medidas preventivas são importantes”, destacou Caballero.
A Defesa Civil, inclusive, produziu um relatório sobre o prédio. O documento, assinado por um engenheiro e um arquiteto, afirma que “estruturalmente, não foi observada qualquer patologia que pudesse condenar o uso”. De acordo com o documento, após intervenção de reforma e adequações, o prédio apresenta condições de utilização.
O relatório faz algumas ponderações. “O imóvel, como um todo, está em precárias condições, principalmente pelo estado de abandono, favorecendo a deteriorização e a degradação”.
Caballero informou que os proprietários da área optam pela demolição. Outras pessoas da comunidade querem a manutenção do espaço. “Vamos procurar o Ministério Público para encontrar a melhor solução”, explicou.
Em nota, a Fundação Pró-Memória informou que a edificação está inserida na área de especial interesse histórico, a lei 13.691, de novembro de 2005. “Trata-se de um dos poucos exemplares ainda existentes da arquitetura fabril de São Carlos, construído entre o final do século 19 e início do século 20”, ressaltou a nota.
A Fundação Pró-Memória reafirmou que a demolição do imóvel está indeferida. “Penalidades referentes à demolição, destruição, mutilação, alteração ou reparação de imóveis declarados de interesse histórico-cultural sem prévia autorização dos órgãos competentes estão previstas na Lei Municipal Nº 13.864, de 2006”, destacou.
Com base nos laudos da Defesa Civil, Caballero informou que a edificação foi bem construída. “Mas é preciso evitar a degradação. Janelas e outras estruturas estão sendo roubadas e um dia essa estrutura pode ser comprometida”, alertou.