Em evidência, Frente Feminista busca força
A Frente Feminista de São Carlos, depois de participar de uma manifestação junto ao Coletivo de Mulheres do Caaso e UFSCar contra o Miss Bixete, tem estado em evidência e se tornado um dos assuntos mais comentados tanto nas redes sociais, como nas ruas da cidade.
Em entrevista ao jornal Primeira Página, Maria Estela Andrade, participante da Frente, expôs a opinião do grupo e falou a respeito dessa mobilização ter se tornado um assunto bastante exposto. “O Ato que realizamos contra o Miss Bixete, junto ao Coletivo de Mulheres do Caaso e UFSCar, teve uma repercussão que não imaginávamos. Esperamos aproveitar esse momento para levar a discussão sobre a opressão da mulher pelo homem para pessoas que ainda não pensaram sobre isso e que acabam sofrendo e/ou fazendo práticas machistas em seu dia-a-dia”, analisou.
“Queremos mostrar que apesar de algumas estruturas sociais terem sido mudadas, ainda é preciso muita luta para se chegar ao fim do machismo e à igualdade de gênero, para sermos respeitadas e acabarmos também com outros preconceitos, como a homofobia e o racismo, e também com outras desigualdades, como a racial e a social”, complementou.
A Frente Feminista de São Carlos ainda está se informando e estudando sobre possíveis denúncias sobre o caso Miss Bixete, em que foram hostilizadas. “Também sofremos outras formas de violência para além do simples ato ‘obsceno’. Mas as denúncias serão feitas e não serão apenas via polícia. Queremos deixar claro que apoiamos a entidade estudantil CAASO e o reconhecemos como um espaço de importantes lutas. Várias pessoas, grupos e órgãos, até a Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República, estão nos apoiando, vamos aproveitar isso para divulgar nossa causa e trazer mais pessoas para nossa luta, que não se restringe ao 8 de março, é diária”, ressaltou Maria Estela.
Em relação a outras maneiras de voltar ainda mais a atenção para a criação de mais políticas públicas em defesa da mulher, Maria afirmou que por enquanto procuram conseguir somente através das manifestações. “As manifestações também são uma forma oficial de cobrança de medidas públicas que, muitas vezes, são até mais eficazes do que processos oficiais e isolados”, disse. No entanto, essa ideia não é aplicada quanto ao Miss Bixete: “Já neste caso, estamos estudando quais medidas legais podemos tomar”.
Frente Feminista de São Carlos
A Frente Feminista de São Carlos tem como objetivo agregar grupos, coletivos, entidades e indivíduos que tenham entre suas pautas a luta feminista. O principal objetivo desses grupos é lutar pela igualdade de direitos entre os gêneros e contra o machismo ainda presente em nossa sociedade, por meio de ações de formação, conscientização, protestos, diálogos com a sociedade e o poder público.
“Não temos limites de participantes, quem estiver interessado pode simplesmente aparecer em nossas reuniões ou se juntar ao nosso grupo do facebook. No momento estamos decidindo um novo lugar e horário para nos reunirmos e conseguir que mais pessoas que não são ligadas à Universidade participem. Cabe lembrar que homens também podem apoiar a luta feminista e, sendo assim, fazer parte da frente”, explicou Maria Estela.
Ela contou que a Frente “teve início no ano passado, com o objetivo, justamente, de unificar as pessoas, grupos e entidades para, a curto prazo, organizar a I Marcha das Vadias – movimento de caráter internacional que reivindica o direito da mulher de se vestir como quiser, ter autonomia sobre seu próprio corpo e não sofrer nenhum tipo de violência por isto – na cidade, e, a longo prazo, de manter a articulação entre essas pessoas e coletivos para organizar conjuntamente reflexões e ações visando principalmente a luta pela igualdade de gênero”.
“Depois disso, continuamos nos reunindo para discutir vários assuntos ligados às questões de gênero, realizamos debates e a Marcha do Dia Internacional de Luta da Mulher que, em São Carlos, aconteceu no último dia 7”, finalizou.
