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Entulho toma conta do Santa Angelina

15/02/2013 10h03 - Atualizado há 11 anos Publicado por: Redação
Entulho toma conta do Santa Angelina

Sofás velhos, colchões e outros móveis estão acomodados na periferia da cidade por conta de descarte clandestino feito por parte da população de São Carlos. No bairro Santa Angelina, região Noroeste da cidade, a cada 100 metros é possível encontrar entulhos com todo tipo de material como: pneus a roupa velha, sapato e madeira e metais.

Os moradores da região convivem há dois meses com um esgoto estourado que corre a céu aberto na rua 11 do bairro. Segundo a moradora Joelma dos Santos, 21 anos, o caminhão do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae), já passou por lá duas vezes nesse período, mas não consertou o vazamento. “Eles chegam, olham sobem de volta no caminhão com a promessa de voltar. Mas tudo fica na promessa”, disse.

Logo ali ao lado se encontra o primeiro entulho com um colchão velho misturado a madeira e pneus. “Essa é a nossa rotina, por mais que a gente peça para que os carroceiros não deixem o entulho aqui, eles não obedecem”, reclamou o pedreiro Rodrigo de Lima, 23 anos, que mora em frente a um dos pontos de descarte clandestino.

Os moradores afirmam que vem gente de longe de carro, carroça, caminhonete com um volume grande de lixo e despeja tudo na periferia do bairro. É visível a olho nu que a cada 100 metros se encontra um ponto de descarte clandestino.

A lista de bichos e insetos que invadem as casas dos moradores é longa. Vai de ratos a besouros, passando por aranha, barata e muitos mosquitos. “Logo acho que teremos aqui no bairro um caso de dengue”, reclamou o padeiro Jonas Cardoso, de 35 anos.

A casa dele fica ao lado do esgoto estourado. Ele disse que a rua inteira já ligou pedindo solução ao SAAE, mas nada foi feito até agora.

Segundo a professora Érica Pugliesi, do Departamento de Ciências Ambientais da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), o descarte irregular prejudica o meio ambiente e coloca em risco a saúde da população.

Esses entulhos, segundo ela, favorecem a criação de roedores, de insetos, de vetores transmissores de doenças infectocontagiosas que colocam em risco a saúde da população. “O descarte destes resíduos não é considerado apenas uma questão ambiental, mas de saúde da comunidade. Outro risco que pode ser associado são os traumas mecânicos, cortes, perfurações por pregos, cacos de vidro, ou mesmo madeiras”, relatou.

A professora disse que em épocas de chuva intensa, os resíduos podem servir como reservatório de água e propiciar condições para o desenvolvimento de vetores de doenças de veiculação hídrica.

Outras doenças podem ser associadas aos resíduos dispostos irregularmente, entre elas: dengue, tétano, afecções cutâneas (cortes e perfurações), ou ainda picadura de insetos, aracnídeos (aranhas) e animais peçonhentos (cobras).

Outro ponto crítico na cidade é o distrito industrial situado no Parque São José, região Sul da cidade. Os empresários instalados na região reclamam que os vazamentos de água e esgoto são constantes. O bairro também possui perto de cinco pontos de descarte de lixo clandestino.

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Sonia
Sonia
11 anos atrás

São eles mesmos que jogam. Um dia eu caminhava por lá e ví com meus próprios olhos um senhor sair de sua casa e jogar um saco de lixo do outro lado da rua, no mato. Não foi a prefeitura quem jogou tudo isso lá. Eles que fiscalizem quem joga. É uma forma de exercer a cidadania.

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