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“Escola é um local desprotegido. Tentamos administrar o caos”, diz professor

16/03/2013 18h12 - Atualizado há 11 anos Publicado por: Redação
“Escola é um local desprotegido. Tentamos administrar o caos”, diz professor

Em 2007, o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) encomendou uma pesquisa ao Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), estudo sobre a violência nas escolas.

 

Entendendo a violência como uso intencional da força física ou do poder, real ou em ameaça, contra si próprio, contra outra pessoa ou contra um grupo ou uma comunidade, que resulte ou tenha possibilidade de resultar em lesão, morte, dano psicológico, ou deficiência e movimento ou privação, os resultados apontavam o seguinte cenário: 87% dos entrevistados tomaram ciência de casos de violência na escola; 93,3% dessa violência foi causada por alunos; 34% dos professores se sentiam inseguros ao ponto de deixarem de lecionar.   

“Nos últimos 20 anos, a violência nas escolas tem aumentado muito, principalmente para com os professores”, afirma Jussara Zucco, diretora do Coletivo Estadual de Aposentados da Secretaria dos Aposentados da Apeoesp. Questionada se já sentiu medo em sala, a professora que lecionou por 25 anos, disse: “Nossa! Muito! De sair de costas da sala com receio de me atirarem uma cadeira. Você vai desenvolvendo técnicas para enfrentar essa situação”.

Ao ser questionada se já havia sofrido algum tipo de violência verbal ou física: “Violência física nunca. Violência verbal, todas”. Para ela, a sociedade está doente, pois as regras de convivência estão fragilizadas. “Com a quebra das regras e a impunidade, as pessoas acham que têm autoridade para fazer o que quiserem. A desigualdade por si só não justifica a violência. Para haver tanta violência é preciso ter uma cultura da violência”, explica.

Outro professor diz que uso de palavras de baixo calão por alunos contra professores é rotina. Questionado sobre qual pior experiência enfrentou, ele disse: “Quando afrontado, se eu não me retirasse de sala, eu teria sido agredido fisicamente”. Outro ainda disse: “Já fui agredido fisicamente por aluno de 5ª série que saiu me chutando após eu retirar o caderno da mão dele. Me enfrentou como se fosse adulto Tive que fazer boletim de ocorrência. Mas não aconteceu nada: ele continuou na escola”.

Sobre segurança nas escolas, um deles diz: “É um local totalmente desprotegido: é o professor com 40, 42 alunos, tentando administrar o caos”.

Dois professores, que lecionam há 30 e 23 anos, foram categóricos ao dizer que cada vez o comportamento dos alunos está pior: “Antigamente os alunos e os pais respeitavam os professores”, disse um deles, que completa: “É uma degradação que aconteceu muito rapidamente”. 

 

Outro lado

A Secretaria de Educação do Estado não mantém dados estatísticos sobre o número de ocorrências envolvendo alunos e professores. Em nota, ela afirma que o seu trabalho no combate à violência ocorre por meio de programas como o Sistema de Proteção Escolar, implantado em 2009 em todas as unidades de ensino, que visa promover ambientes pacíficos e democráticos nas escolas da rede pública e garantir a segurança dos alunos, suas famílias e dos servidores estaduais. “O sistema dispõe ainda de 2.562 professores-mediadores em 2.214 escolas estaduais. Esses profissionais são responsáveis pela coordenação de ações educacionais voltadas a ampliar os fatores de proteção e coibir eventuais aspectos de vulnerabilidade e conflitos inerentes à comunidade escolar”, diz a nota.

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eu
eu
11 anos atrás

o que os profs entrevistados disseram é a mais pura verdade…
estar numa escola é risco para bons alunos e profs.
a secretaria mascara os dados e os casos graves são abafados pelos diretores, como se nunca houvesse acontecido nada.
não há paz em escola pública, não há respeito e não há bom ambiente.
os alunos quebram com tudo e são tratados como santinhos…

Renan
Renan
11 anos atrás

As melhores universidade públicas superam e muito as particulares, principalmente no que diz respeito a pesquisa e desenvolvimento. Não diga bobagens…

Rogério
Rogério
11 anos atrás

Nossa, que inveja de professor mediador, é vc que deve estar sem aula, vai em uma escola que tem professor mediador e ve se eles não trabalham mesmo.

Dina Lara
Dina Lara
11 anos atrás

Professor-mediador das escolas públicas não resolvem problema nenhum.A maioria deles vira professor-mediador porque não tem aulas na rede estadual ou tem que dar aulas em várias escolas, ou porque não aguentam ficar dentro de sala de aula, se afastam para não fazerem absolutamente nada!

FATO
FATO
11 anos atrás

ESCOLA PÚBLICA…MASSA FALIDA! AS UNIVERSIDADES PUBLICAS TBÉM! É SÓ COMPARAR AS UNIVERSIDADES BOAS PARTICULARES.NAS UNIVERSIDADES PARTICULARES NÃO FALTAM MATÉRIAL DE ESTUDOS E DE PESQUISAS…E O POVO AINDA SE MATA DE ESTUDAR P PASSAR EM UMA PÚBLICA! BOM P O GOVÊRNO DESVIAR DINHEIRO, E O QUE É COBRADO EM TAXAS DE VESTIBULARES? ACOMPANHO TD ISSO DE PERTINHO!!! O QUE A FAMILIA GASTA P MANTER SEUS FILHOS FORA DE CASA! PAGUEM UMA BOA FACULDADES PARTICULAR, E NÃO VÃO SE ARREPENDER!!!

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