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Estudantes passam mal após ingerir maionese caseira em lanchonete

11/03/2014 22h41 - Atualizado há 10 anos Publicado por: Redação
Estudantes passam mal após ingerir maionese caseira em lanchonete

Apesar de ser proibida no estado de São Paulo, muitos estabelecimentos comerciais como bares, lanchonetes e restaurantes ainda fornecem aos clientes a maionese caseira. Para agradar o consumidor, os comerciantes oferecem a maionese de diversas maneiras como em saquinhos, em tubos plásticos ou em potes menores. Algumas ainda ganham sabores a adição de alho, azeitona, ervas finas, entre outras combinações. 

Entretanto, o que muitas pessoas não sabem é que a maionese caseira pode oferecer sérios riscos à saúde. Conforme a legislação, a comercialização desse tipo de maionese é proibida em bares, restaurantes e lanchonetes, que só podem oferecer o produto industrializado, de forma individualizada, em sachês. A resolução qualifica como infrator o responsável pelo estabelecimento que insistir na comercialização. Entre as penalidades previstas no Código de Sáude, estão sanções educativas, recolhimento do alvará sanitário e até a interdição do estabelecimento. O proprietário também está sujeito a penalidades previstas no Código Penal.

Na última quinta-feira, 6, quatro estudantes sofreram uma intoxicação alimentar depois de ingerirem a maionese caseira de uma lanchonete situada na avenida São Carlos, em São Carlos.

Em entrevista exclusiva ao Primeira Página, uma das vítimas Fernando Lindo Silva, de 26 anos, contou que ele e mais três amigos foram até a lanchonete onde cada um pediu um tipo de lanche que veio acompanhado da maionese caseira. Já no dia seguinte, Fernando começou a se sentir mal tendo sintomas como diarreia, náuseas, febre e vômito. Ele então se dirigiu até a UPA da Vila Prado, porém como não havia informado nada ao médico, saiu de lá com suspeita de uma virose.

Ao voltar para casa, Fernando procurou seus colegas e ai foi informado que todos eles estavam com o mesmo sintoma, inclusive um deles, Gabriel Uehara era o que estava em condições mais graves. “A família dele que é de Bauru veio buscá-lo de tão mal que ele estava”.

No mesmo dia, Gabriel tentou entrar em contato com o gerente da lanchonete, porém segundo ele foi muito mal atendido e resolveu postar o problema nas redes sociais. Em apenas 24h, a notícia teve mais de 1500 compartilhamentos.

Já, no sábado, Fernando voltou a se sentir mal e novamente procurou a UPA. Ele relatou à médica que na quinta-feira havia ingerido a maionese caseira e depois disso começou a se sentir muito mal. “Após passar por vários exames finalmente o diagnóstico saiu, estava com intoxicação alimentar”.

Fernando afirma que ficou quatro dias sem poder sair de casa. “Estava muito mal, ainda estou me recuperando, mas a coisa foi seria, não pensei que uma maionese fosse fazer esse estrago”.

 

FISCALIZAÇÃO

A comercialização deste tipo de produto caseiro é proibida, e está previsto no código sanitário. A pena de multa varia de 50 Ufesp’s até a interdição do estabelecimento.

 

 

VIGILÂNCIA SANITÁRIA

Após divulgar o ocorrido nas redes sociais, a repercussão foi tão grande que segundo Fernando a proprietária do estabelecimento entrou em contato com os estudantes. “Ela nos ligou e se propôs a nos ressarcir com as despesas de saúde e também nos convidou para conhecer como é o trabalho no Trem Bão. Ela acabou afirmando que pode ter ocorrido um descuido no cuidado com as maioneses”.

Fernando ainda relatou que não fez uma denúncia oficial na Vigilância Sanitária, porém iria fazê-la até o dia hoje (12) no máximo. A Vigilância Sanitária de São Carlos informou que realmente até o presente momento não recebeu nenhuma denúncia formal sobre o ocorrido, porém, mediante os fatos, os agentes irão realizar uma fiscalização no estabelecimento para averiguação.

A Vigilância ainda salienta, que a comercialização deste tipo de produto caseiro é proibida, e está previsto no código sanitário. A pena de multa varia de 50 ufesp’s até a interdição do estabelecimento.

A vigilância ainda esclareceu que a fiscalização dos estabelecimentos são feitas uma vez ao ano, ou mediante denúncia. Todas as inspeções contemplam a comercialização deste tipo de produto.

Após o ocorrido, Fernando e seus amigos esperam que os comerciantes tenham consciência dos riscos de se vender ou comercializar a maionese caseira. “Todo mundo gosta, mas se é proibido tem que ser respeitado. Além disso quem vende tem que ter todo o cuidado, pois uma coisa que é gostosa pode se tornar um veneno”.

 

 

OUTRO LADO

A rede de lanchonetes Trem Bão, de São Carlos, informa que segue os mais rigorosos padrões de qualidade e controle de segurança alimentar em suas quatro unidades no município.

Com 25 anos de história e tradição, a rede conta com 70 funcionários altamente capacitados que recebem constantes treinamentos em segurança alimentar, manuseio de alimentos e higiene. A equipe conta com um chefe de cozinha formado e uma nutricionista coordenadora que acompanha toda a produção diariamente. Além do rigoroso controle, a rede conta com “clientes ocultos”, que frequentam as unidades com o objetivo de identificar pontos de melhoria, seja no atendimento aos clientes ou nos pratos preparados.

A rede assegura que segue rigorosos critérios no processo de fabricação de todos os seus produtos e que todos os alimentos são testados aleatoriamente em laboratórios independentes. Todos os clientes ainda podem solicitar uma visita na cozinha para conhecer os procedimentos adotados pela empresa.

Diante do ocorrido e com o objetivo de melhorar ainda mais a qualidade seus serviços, a rede irá rever todos os seus procedimentos internos e investir em treinamentos de reciclagens para sua equipe.

A empresa também ressalta que respeita igualmente todos os seus clientes e a diversidade de opiniões, privilegiando o atendimento de qualidade.

 

 

PERIGO

Os principais sintomas da salmonelose são dores abdominais, diarreia, calafrios, febre, náuseas, vômitos e mal-estar de 12 a 72 horas após a ingestão do alimento contaminado.

 

MAIONESE CASEIRA PODE MATAR

Por conter mais gordura e ovos do que a industrializada, a maionese caseira  acaba sendo mais saborosa e por esta razão caiu no gosto do consumidor brasileiro. Entretanto, o que muitos não sabem é que essa composição traz grande risco de contaminação, pois os ovos utilizados para fazer a maionese caseira são acrescentados sem cozimento à mistura.

Os ovos crus ou mal preparados são uma grande fonte de contaminação de uma bactéria conhecida como Salmonela que causa a salmonelose, uma infecção intestinal que geralmente dura de 4 a 7 dias e da qual muitos doentes se recuperam sem a necessidade de tomar antibióticos. Entretanto, quando a diarréia é severa, hospitalização e uso de antibióticos podem ser necessários, além de hidratação venosa e outros cuidados.

Em crianças, gestantes e idosos, a salmonelose pode vir em forma mais grave, principalmente quando há a infecção para o sangue ou para outros órgãos do corpo. Caso não for tratada prontamente com antibióticos, o paciente pode chegar até a óbito.

Os principais sintomas da salmonelose são dores abdominais, diarreia, calafrios, febre, náuseas, vômitos e mal-estar de 12 a 72 horas após a ingestão do alimento contaminado.

Além da contaminação proveniente dos ovos crus, é importante lembrar que a falta de higiene na manipulação da maionese industrializada também pode provocar problemas de saúde.

A nutricionista Giovanna Maffei, relatou que o consumidor antes de comprar o ovo deve primeiramente olhar a validade do produto e em seguida armazena-lo na geladeira. “Antes de fazer qualquer procedimento com o ovo, o consumidor deve lavar bem a casa com água corrente, pois é nela que está a salmonela”.

 

Por isso é importante que o consumidor fique atendo há algumas dicas como quando for saborear a refeição, o consumidor só deve aceitar sachês de maionese e ainda deve verificar a data de validade; não consumir alimentos que levem ovos crus, tanto a gema quanto a clara; lave as mãos quando manipular produtos alimentícios, não misture os crus com os cozidos para reduzir a possibilidade de contaminação e mantenha a refeição pronta na geladeira; ao adquirir os ovos, mantenha-os sob refrigeração, o que diminui a proliferação de bactérias e evite contato dos ovos com outros alimentos através de pratos, copos e talheres utilizados para prepará-los.

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