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Executivo condenado por Cartel pode comandar Engemasa

05/05/2017 12h06 - Atualizado há 7 anos Publicado por: Redação
Executivo condenado por Cartel pode comandar Engemasa

O executivo Miguel Estevão de Avellar, que em março de 2016 foi condenado pelo CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) por ter atuado no Cartel dos Compressores herméticos, poderá assumir o comando da Engemasa, tradicional fabricante de válvulas de segurança e aços especiais. 

A Engemasa está passando por um processo de disputa de comando. O conselho de acionários deve ser reunir hoje, sexta-feira, 5 de maio, para definir quem  vai dirigir a empresa a partir de agora. De um lado está o criador da companhia, o empresário e engenheiro mecânico, Paulo Altomani, e, de outro, acionistas ligados a Vanderlei  Sverzut,  sócio-majoritário da empresa, que tem Miguel Avellar como seu gerente preferido. Avellar passaria a administrar a empresa ao lado da executiva Silvana Voletti. 

Avellar foi investigado pela Polícia Federal, assim como os demais envolvidos na Operação Zero Grau. Ele foi condenado a pagar R$ 2,1 milhões em forma de multa ao CADE.  O caso envolve outras pessoas e empresas do segmento de refrigeração. 

De acordo com a Secretaria de Direito Econômico (SDE) , o Ministério da Justiça e pelo Grupo de Atuação Especial e Repressão à Formação de Cartéis e à Lavagem de Dinheiro e recuperação de Ativos (Gedec),  e o Ministério Público Estadual (MPE), o cartel do qual Avellar faria parte, teria causado um um prejuízo de R$ 700 milhões para a economia brasileira.

O grupo era,  supostamente, montado pelas empresas Whirlpool S.A., Tecumseh do Brasil, Elgin S.A., ACC , Danfoss e Matsushita/Panasonic.  Só em 2008, o prejuízo, calculado com base na venda de compressores no País, pode ter alcançado R$ 125 milhões.

Pela primeira vez, foi feita uma ação simultânea contra um cartel envolvendo autoridades brasileiras, americanas e europeias. Buscas foram feitas em São Paulo, São Carlos (SP) e Joinville (SC) e em empresas nos EUA (Tecumseh), na Itália e na Dinamarca (Danfoss).

O suposto cartel dividiria o mercado nacional e internacional a fim de aumentar o preço do produto para as indústrias que usam o compressor para montar produtos como geladeiras. O mercado brasileiro comercializa cerca de 10 milhões de compressores por ano – o preço de cada unidade variava de R$ 70 a R$ 800, dependendo da tecnologia e do tamanho do vaso de refrigeração. O compressor é o motor que comprime e faz circular o fluido líquido ou gasoso que refrigera geladeiras, freezers, aparelhos de ar-condicionado, bebedouros, câmaras frigoríficas industriais e outros produtos.

OUTRO LADO – A reportagem entrou em contato com o executivo Miguel  Avelllar. Porém, ele não atendeu às ligações ao seu telefone celular e até o fechamento desta edição não retornou as ligações. 

Também tentamos entrar em contato com o sócio-majoritário da Engemasa, Vanderlei  Sverzutt. Falamos com a secretária Sandra, que informou que o filho de Vanderlei, Luíz Fernando Sverzutt, concederia entrevista sobre o assunto. Segundo ela, no momento do contato, ele estaria em outra ligação telefônica. 

Por volta das 17h10 de ontem, Luíz  Fernando Sverzutt retornou à ligação e confirmou que seu pai, Vanderlei, defende uma profissionalização no comando da Engemasa com Avellar e Silvana na gestão. 

“A empresa passaria a ser gerida por Miguel Avellar e Silvana Voletti e os sócios passariam a compor um conselho administrativo. O nosso objetivo é que a Engemasa passe a ter uma gestão mais moderna e atrativa para o mercado”, afirmou Luiz Fernando Sverzutt. 

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