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Falta de conscientização da população põe lixeiros em risco

03/02/2012 16h22 - Atualizado há 12 anos Publicado por: Redação
Falta de conscientização da população põe lixeiros em risco

Diariamente coletores de lixo carregam grandes quantidades de resíduos e podem chegar a correr um total de 10 km. Para enfrentar esse trabalho é preciso, portanto, muita saúde.  Além de preparo físico, o coletor precisa saber lidar com situações desagradáveis, já que parte da população armazena de maneira incorreta os resíduos sólidos, o que interfere diretamente na integridade física e segurança desse profissional.

Queda do veículo, atropelamentos e cortes com vidros são alguns dos acidentes mais freqüentes entre colaboradores que manuseiam diretamente os detritos sólidos municipais. Além disso, os coletores estão expostos a inúmeros agentes biológicos presentes no material recolhido, que podem ser responsáveis pela transmissão direta e indireta de doenças.

Sebastião Rezende, gari hã três anos, conta que o perigo de queda do veículo aumenta em dias de chuva, pois como a plataforma fica molhada, as chances de escorregar ao subir no estribo traseiro para depositar o lixo são maiores. “Eu, felizmente, nunca caí do caminhão, mas como ficamos dependurados na traseira, sem nenhuma proteção e o caminhão permanece em movimento, cair é comum”, relata.

No entanto, Rezende afirma que já se cortou inúmeras vezes, apesar de utilizar luvas. “Foram cortes pequenos e pouco profundos, por isso na maioria das vezes a gente nem informa ninguém e continua o serviço”, afirma.

De acordo com o professor de engenharia ambiental Gilberto Mendes, a principal causa destes acidentes é a deficiência de informação e conscientização de grande parte da população, que não se incomoda em isolar ou separar vidros quebrados dos outros resíduos da coleta domiciliar. “Todo mundo quer se ver livre do lixo, quer colocar dentro do saquinho na frente da porta de casa e esperar que alguém leve aquilo embora. Muitas pessoas não percebem ou fingem não perceber que quando ela joga um pedaço de vidro no lixo, ela pode ser estar causando um acidente de trabalho, prejudicando a vida de alguém”, ressalta.

Mendes também explica que o lixo pode alimentar vetores de doenças como ratos, baratas, moscas e mosquitos, o que contribui para a insalubridade da profissão. “São muitas as doenças relacionadas aos resíduos sólidos municipais. Temos que lembrar que os profissionais de limpeza urbana estão expostos a poeiras, a ruídos excessivos, à fumaça e a microrganismos patogênicos presentes nos detritos despejados. Devido a isso, eles deveriam utilizar equipamentos de proteção adequados, porém, na prática, não é o que observamos”, finaliza.

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