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Fechamento das UPAs sobrecarrega a Santa Casa

30/04/2017 14h20 - Atualizado há 7 anos Publicado por: Redação
Fechamento das UPAs sobrecarrega a Santa Casa

Com a decisão da Prefeitura de São Carlos de fechar as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) nos bairros Santa Felícia e Cidade Aracy, desde janeiro, e da Vila Prado, no mês de fevereiro, a população teve como única possibilidade buscar atendimento na Santa Casa de Misericórdia.

Com essa demanda adicional, criada pela falta de atendimento na rede municipal, os serviços de saúde de urgência e emergência tiveram um significativo aumento. Nos últimos meses, em vários dias, os atendimentos cresceram 100% em relação ao mesmo período de 2016.

Os números de atendimento da Santa Casa, em 2016, tiveram um pico no primeiro semestre pela grande incidência de casos de dengue diagnosticados na cidade e, no segundo semestre, pela decisão do Hospital Universitário estabelecer a regulação do sistema, ou seja, com atendimento feito somente através de encaminhamento de médicos da UPA e do Samu ou de agendamento prévio feito nas Unidades de Saúde da Família (USF) ou Unidades Básica de Saúde (UBS).

No ano de 2015 a média diária, no atendimento de urgência e emergência, foi de 116 consultas, enquanto no ano de 2016, devido aos problemas relatados acima, a média subiu para 132. Já em 2017, com o fechamento das UPAs, este número deu um salto para 183, tendo chegado a 259 consultas no dia 27 de março.

Distorção no atendimento

A Santa Casa, para organizar o atendimento, utiliza um método, validado pelo Ministério da Saúde, de classificação de risco, dando prioridade aos pacientes que correm risco de morte, considerados gravíssimos, em seguida para os urgentes e graves, que podem evoluir para o óbito. Depois, para gravidade moderada, sem risco imediato; pouco urgente, com atendimento preferencial nas unidades básicas de saúde; e os casos não urgentes que deveriam ser encaminhados para atendimento em uma unidade de saúde perto da residência do cidadão.

Acontece, no entanto, que com a desestruturação da rede de UPAs, ocorrida este ano, somada ao fechamento da Casa de Saúde, aos procedimentos de restrição de atendimento utilizados pelo Hospital Universitário e ao mau funcionamento da rede básica, os problemas vão se afunilando para a Santa Casa.

Há, no momento, uma distorção. Os casos gravíssimos e muito urgentes que, em 2015, significavam 20,7% dos atendimentos, passaram, em 2016, para 12,4%, e agora, em 2017, correspondem a 6,9%. Enquanto isso, cresceram os casos com gravidade moderada e os pouco e não urgentes. Em 2015, significavam 65,3%, em 2016, 71,4% e em 2017 já alcançam 71,9%.

Para o Superintendente da Santa Casa, Daniel Bonini, as dificuldades no atendimento são decorrência deste aumento de procura por atendimento. “Tínhamos uma média um pouco superior a 3.000 atendimentos por mês, hoje estamos com aproximadamente 6.000. Com a mesma estrutura estamos atendendo quase o dobro de pacientes, o que acaba refletindo no tempo de espera”. 

Solução é a reabertura das UPAs

Esses dados demonstram que muitos dos atuais procedimentos realizados na Santa Casa poderiam e deveriam ser realizados em outras unidades de saúde distribuídas pelos bairros, particularmente nas UPAs, agilizando os atendimentos e dando mais comodidade às pessoas, diminuindo deslocamentos e beneficiando a população.

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