Fim de ano impulsiona preço dos alimentos
Segundo o último IPCA, (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), o grupo Alimentação e Bebidas teve uma grande variação de preços. Passou dos 0,77% para 1,28%, e exerceu impacto de 0,30 ponto percentual no índice do mês. A forte aceleração na taxa de crescimento de preços dos alimentos foi impulsionada pelas carnes, que ficaram 4,36% mais caras em dezembro após terem subido 1,30% em novembro. Com 0,11 ponto percentual, lideraram os principais impactos do mês.
Para o economista Adriano Manente, é tudo reflexo do fim de ano e a alta na demanda. “Medindo a variação nos preços se constata algo que é comum, principalmente no que se refere a carnes e bebidas. A demanda por esses produtos aumenta muito e, consequentemente, o preço vai lá em cima. Afinal, é bastante tradicional um churrasquinho nessa época. Junta tudo, festas, férias, verão, e o nível inflacionário sobe também”, explica.
Reflexo dessa subida nos preços também podemos notar nos açougues da cidade. Edir Gonçalves, açougueiro há 22 anos, compartilha da opinião do economista. “As linha de corte nobre (Alcatra, Picanha e Contra Filé) tiveram um aumento significativo dos últimos 60 dias. Isso se deve quase que exclusivamente aos churrascos”.
Uma peça de contra filé, que antes custava R$ 21,90, hoje está R$ 24,90. Mas, apesar dessa alta do preço, a procura continua grande. “A demanda continua grande, pra você ter uma ideia, o que antes vendia 10 quilos, hoje vende-se 40. Triplicou a procura”, relata.
Mas a dona de casa Luzia das Dores reclama dessa alta nos preços. “Hoje está tão caro que preferimos substituir carnes bovinas e de porco por peixe e frango”. Mas admite, “no churrasco de fim de ano todos gostam de carne e não se importam muito com o preço” finaliza Luzia.
Para o estudante Maicon Capelli, o churrasco é indispensável, e ele nem ligar de gastar um “troquinho a mais”. É tradição, uma vez no ano só, reunir a família e convidar os amigos. A ocasião merece uma comemoração especial”, completa o jovem.