“Fiquei com medo de não andar mais”, disse Damara
A adolescente de 12 anos, Damara Pereira de Moura, recebeu alta da Santa Casa de São Carlos na tarde da última sexta-feira, 19, após ficar dois dias internada com suposta reação à vacina contra HPV.
A menina contou que ficou com medo de não poder mais andar. “Foi estranho, tudo muito estranho, senti muita fraqueza. Não sei nem explicar o que aconteceu. Fiquei com medo de não andar mais”, descreveu.
Damara disse que sentia dores nas laterais do quadril e na cabeça e não sentia as pernas. “Sentia dor nas laterais do quadril e na cabeça, as pernas podiam bater, beliscar, não sentia nada. Nunca esperei passar por isso quando tomei a vacina. Não queria que nenhuma menina atravessasse isso”, falou.
Todos esses dias que ficou sem conseguir andar e internada, Damara lamentou não poder fazer as coisas que gosta. “Tiraram meu direito de ir para escola, de estudar, ir para Igreja, tocar violão, entre outras coisas que gosto de fazer”, narrou.
Para a mãe de Damara, a dona de casa Adelcy Ferreira Silva, 65, agora a casa está novamente cheia. “Uma alegria muito grande tê-la, apesar do transtorno, o sofrimento que ela passou. Estou muito feliz, não quero que ninguém passe pelo que passamos nesses dias”, comemorou.
A irmã da adolescente, Luciana Boone Souza, 40, administradora, passou todos esses dias com a jovem na Santa Casa, e questiona a vacina. “Temos que pensar que ela é uma menina de 12 anos e não está preparada para passar pelo que passou. Onde foi fabricado isso? Quem comprou? Com a autorização de quem? Foi feito teste em outras meninas? Em outras regiões do Brasil? Se essa vacina foi comprada em outro país, ela foi desenvolvida para características de meninas daquela região, não das meninas brasileiras, certo?”, indagou.
Luciana revelou que os exames não apontavam nada de anormal e Damara continuava sem andar. “Fez todos os exames e não dava nada no resultado. Ela continua sem andar, por quantos dias ficaria sem andar? Será que vai voltar a andar? Essa era a duvida”, declarou.
Mesmo sem a confirmação dos médicos, Luciana acredita que a reação foi devido à vacina e lamenta. “Os médicos, enfermeiras, todos muito dedicados, mas ninguém, infelizmente, conseguiu dar uma justificativa plausível com o que estava acontecendo com ela. Alguém precisa ser responsável, hoje vamos responsabilizar quem?”, perguntou.
CASO
Damara tomou a vacina contra HPV na manhã do último dia 12 de setembro. No mesmo dia à tarde e no fim de semana inteiro continuou sua vida normalmente. Na segunda-feira, 15, foi à escola no período da tarde e na hora de ir para o intervalo não conseguiu se levantar.
Diante disso, a mãe da menina foi buscá-la na escola, e ao retornar para casa, novamente Damara se sentiu mal e caiu na calçada.
No dia seguinte, foi levada até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e em seguida para a Santa Casa, onde realizaram os exames necessários.
Na quarta-feira, 17, Damara foi internada e somente na tarde de quinta-feira, 18, começou a sentir a sola do pé. Na sexta-feira, 19, conseguiu levantar e realizar as atividades normais, recebendo alta, mas de acordo com a própria adolescente, ainda sente dores de cabeça.
