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Jovem trans foi impedida de abrir crediário

13/05/2017 11h56 - Atualizado há 7 anos Publicado por: Redação
Jovem trans foi impedida de abrir crediário

A abertura de um crediário em uma grande loja de departamentos na cidade de São Carlos vem gerando polêmica. O que era para ser um procedimento simples acabou se tornando constrangedor e humilhante para Leona Zanforlin, 24 anos.

De acordo com um vídeo publicado no Facebook pela própria jovem, que está acompanhada de seu advogado e da transativista Angela Lopes, o fato ocorreu no dia 24 de abril deste ano. Na ocasião, Leona e sua mãe foram até a loja Pernambucanas para comprar dois roupões. Na hora de efetuar o pagamento da compra, a atendente do caixa ofereceu para a jovem a abertura de um crediário e, ao demonstrar interesse, a funcionária pediu para que Leona fornecesse um documento com foto, momento em que começou a confusão.

O documento apresentado pela jovem, o RG, contém o nome social, Leona Zanforlin, pelo qual ela se identifica, e no verso, o nome masculino, fato que, segundo a funcionária da Pernambucanas, impedia a abertura do crediário. A funcionária alegou que o sistema da loja recusaria o procedimento pelo fato de que o documento continha dois nomes.

De acordo com relatos de Leona, a atendente disse ainda que só seria possível que a jovem abrisse um crediário em outras grandes lojas. 

Nesse momento, Leona afirma ter se sentindo humilhada pela atitude da funcionária e decidiu chamar a polícia para registrar um boletim de ocorrência, pois acredita que houve preconceito.

Mesmo com o constrangimento, Leona finalizou a compra para que tivesse a nota fiscal como “prova”. Leona diz que ficou indignada porque nunca foi tratada da maneira como foi nessa loja e que pretende processar a empresa. “O que tiver que fazer, eu vou fazer”, afirmou.

A Pernambucanas se manifestou sobre o caso e divulgou uma nota dizendo que repudia qualquer forma de preconceito. Disse também que em toda sua história sempre teve como orientação o respeito à diversidade, seja de raça, gênero, culturas ou crenças. A loja reconhece que houve falha no procedimento de atendimento à cliente, e que a empresa trabalha com o nome social na confecção do cartão. A empresa informou também que está em contato com a consumidora e reforça, mais uma vez, seu pedido de desculpas quanto ao ocorrido.

Apoio  – Depois que o vídeo foi publicado na rede social, Leona afirma estar recebendo apoio de conhecidos, amigos virtuais e pessoas trans. O vídeo já conta com mais de 2 mil visualizações. 

De acordo com a transativista Angela Lopes, que está acompanhando de perto esse caso, a SSP (Secretária de Segurança Pública) reconhece o direito de travestis e transsexuais assinarem o seu nome social no documento. Sendo assim, de acordo com Angela, a Pernambucanas deslegitima o direito garantido dessas pessoas. Ela finaliza dizendo que vão tomar todas as medidas judiciais cabíveis e vão organizar um evento em repúdio a esse tipo de atitude.

 

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