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Mociclistas contam suas experiências

12/05/2012 09h23 - Atualizado há 12 anos Publicado por: Redação
Mociclistas contam suas experiências

Em 1994, quando voltava da Represa do Broa, em Itirapina, Ulisses Gomide foi fechado por um automóvel que vinha na direção contrária. Na ocasião, foi jogado para longe do veículo e fraturou a perna em diversos locais. Ao longo dos 18 anos que se passaram, Gomide fez por 22 cirurgias. O motociclista sofreu muito durante a sua recuperação e, hoje, as dificuldades para se movimentar o fazem lembrar diariamente do acidente. Ainda assim, sua paixão por motos não esfriou e Gomide, além de continuar conduzindo motos, é funcionário de uma loja especializada no ramo.

Segundo ele, o motociclista é sempre o maior prejudicado, já que a situação de vulnerabilidade ao qual está exposto é muito maior do que um condutor de automóvel, por exemplo, que conta com dispositivos de segurança e está protegido pela estrutura do veículo. Na opinião de Gomide, a má formação de condutores, a inexperiência e o desrespeito existente no trânsito são os principais fatores para o crescente número de acidentes que se observa na cidade.

No entanto, não são todos que seguem conduzindo motocicletas após sofrer acidentes. No caso de Marcelo Ducatti, o desfecho foi outro. Há um ano, quando se dirigia ao trabalho, a imprudência do condutor de um automóvel o levou ao chão. À época teve o ombro trincado e hematomas espalhados pelo corpo. Hoje, mostra-se aliviado por não ter sequelas, porém, nos meses posteriores ao acidente, Marcelo sofreu com dores no pé esquerdo, já que a moto praticamente o esmagou, e cãibras, particularmente devido ao grande período que teve de permanecer em repouso. “Quando você sofre um acidente, muita coisa muda, há um certo trauma, há a preocupação de familiares, uma equação que quase sempre aposenta a moto. E foi isso que decidi”, conta.

O gestor ambiental Bruno Gomes aprendeu a dirigir motos quando era adolescente, porém tirou a habilitação e comprou a primeira moto há três anos. Ainda assim, conta que a todo momento observa erros que poderiam ser facilmente corrigidos, regras que poderiam ser melhoradas e atitudes que deveriam ser punidas. “Sempre tive vontade de ter moto, pela emoção, mas recentemente, pelo fato de eu e minha mulher termos um carro e necessitarmos de deslocamento individualmente, optei por comprar uma moto, já que o preço era mais acessível e o seu gasto com combustível menor”, explica.

Diferente de Gomide e Ducatti, Gomes, felizmente, nunca sofreu nenhum acidente no trânsito. Além de conduzir em baixa velocidade e estar sempre muito atento, buscando prever ao máximo as possíveis manobras arriscadas que os outros (carros, motos, ônibus e pedestres) possam executar, o gestor ambiental faz a devida manutenção do veículo.

Para Gomes, o significativo número de acidentes envolvendo motos se deve ao fato de muitos desconhecerem as leis do trânsito. “Já os que conhecem as leis, não as respeitam. Todo motoqueiro virou motoboy, todo motorista de carro acha que é o dono da rua e ciclistas não sabem como se comportar no trânsito. Seta poderia ser opcional de fábrica, já que apenas 10% dos motoristas usam”, desabafa.

Na opinião do gestor ambiental, focar no ensino e no respeito às leis de trânsito são algumas das mudanças que ele acredita serem necessárias no processo para conseguir a habilitação específica de motocicletas, por exemplo. “Tem muita coisa errada, mas a principal, repito, é que ninguém quer fazer melhor, ninguém se acha co-responsável pelo bom fluxo do transito. Se essa atitude não mudar, é óbvio que cada vez mais acidentes aconteçam”, finaliza Gomes.

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