Motos representam mais de 60% dos acidentes em São Carlos
O aumento do número de acidentes de trânsito envolvendo motocicletas no Brasil vem preocupado os órgãos de trânsito do país e também a Organização Mundial da Saúde (OMS) está convencida de que os motociclistas são os principais responsáveis pelos acidentes.
Em São Carlos, essa preocupação não é diferente, já que os acidentes envolvendo motocicletas estão presentes em praticamente 60% das ocorrências policiais.
Somente em janeiro deste ano, a Policia Militar registrou 65 acidentes com moto, em um total de 165 ocorrências gerais, envolvendo carros (82), ônibus (7), caminhões (4), bicicletas (5) e outros (2). Deste montante, a PM não registrou nenhuma morte no local, porém três motociclistas acabaram falecendo na Santa Casa de São Carlos.
Em 2012, a cidade registrou um total de 1.953 acidentes, sendo que 821 correspondia às ocorrências com motos, ou seja 42% dos casos. Os 58 % ficaram divididos entres 983 ocorrências envolvendo automóveis, 50 envolvendo ônibus, 43 caminhões, 52 bicicletas e 4 envolvendo outro tipo de condução. Deste montante, foram registradas 13 vítimas fatais (no local), um total de 1057 pessoas feridas, isso representa uma média de 88,1 feridos por mês.
Segundo o relatório da Policia Militar, em 2012, São Carlos registrou apenas uma morte por motocicleta (no local), e em 2013 esta estatística subiu para 6. Vale lembrar que esses dados não contabilizam as mortes que ocorreram após o socorro e ao acidente, neste caso as estatísticas teriam um grande aumento.
Já, em 2013 o número total de acidentes subiu de 1.953 para 2.020, ou seja, 67 ocorrências a mais que 2012. O número total de acidentes com vítimas subiu de 1.057 em 2012 para 1.095 em 2013. Já o número de acidentes de trânsito sem vítima caiu de 3.334 para 3.026 em 2013. Ao todo foram registradas 10 vítimas fatais, sendo que 6 delas eram motociclistas.
O comandante Interino da 1º Companhia do 38º Batalhão de São Carlos, Tenente Gonçalves ressaltou que a maioria dos acidentes estão relacionados com a imprudência tanto do condutor da moto quanto do veículo automotor. “Vemos muito desrespeito à sinalização, distração ao celular e com o som do carro”.
O tenente ainda ressaltou a participação de adolescentes em acidentes com vítimas. “De 2012 até janeiro deste ano, a Policia Militar contabilizou um total de 44 jovens, menores de 18 anos, que se envolveram neste tipo de acidente aqui na cidade”.
No ano passado, o Samu de São Carlos atendeu 1.007 ocorrências envolvendo motos, sendo 537 chamados de colisão carro-moto, 359 de quedas de moto, 45 de moto -moto, 19 moto – caminhão, 43 atropelamentos por moto e 4 colisões de animal – moto.
Somente em janeiro deste ano o Samu já atendeu 72 chamados de acidentes com motocicletas. Ao todo foram 50 colisões envolvendo carro-moto, 13 por queda de moto, 3 colisões moto-moto, 3 colisões moto-caminhão e 3 atropelamentos por moto.
Dos acidentes de moto ocorridos na cidade, 10% representam lesões graves, 40% levam a fraturas que exigem afastamentos do trabalho; enquanto que os 50% restantes caracterizam-se por escoriações e contusões.
Os custos de cuidados médicos relacionados a traumas provocados por acidentes de motocicleta podem variar entre R$ 2 mil e R$ 30 mil para o sistema público. No caso de internação na UTI, por exemplo, o custo diário pode chegar a R$ 1 mil.
Um estudo realizado pela Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo), o Hospital das Clínicas e a Abraciclo, associação que representa as fabricantes de motocicletas do país mostrou que o homem, adulto jovem, classe média baixa é considerado o grupo de maior risco. Geralmente 73% usam o veículo de duas rodas para fazer o seu transporte e 23% a trabalho.
Um dado alarmante foi a relação entre álcool, droga e condução. Em 21,3% dos casos as vítimas estavam com o comportamento alterado. Ou seja, uma em cada quatro pessoas pilotava sob efeito de substâncias proibidas.
A pesquisa revela ainda que 18% dos acidentes foram causados por problemas nas vias (condições do piso e sinalização). O mau estado de manutenção da motocicleta foi a causa de 8% dos acidentes. Os itens de pior conservação foram pneus e freios.
Com base nas informações coletadas, os peritos detectaram que em praticamente metade dos casos (49%) a motocicleta provocou o acidente e em sua grande maioria pelo fator imprudência (88%). A outra parcela de culpa (51%) dos acidentes foi causada por outros veículos e mais uma vez a imprudência (84%) foi a principal razão.
Em um panorama geral, as causas dos acidentes são divididas da seguinte forma: 37% motociclistas, 37% motoristas, 18% via e 8% veículo.
