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Nanotecnologia auxilia no combate ao novo Coronavírus

Foco principal dos novos inventos é o desenvolvimento de produtos voltados para os tratamentos na área de saúde e prevenção

21/08/2020 17h55 - Atualizado há 4 anos Publicado por: Redação
Nanotecnologia auxilia no combate ao novo Coronavírus Foto: Divulgação

Muitas soluções em diversas áreas do conhecimento têm sido desenvolvidas em todo o mundo para promover a contenção da pandemia de Covid-19 e auxiliar para o final deste problema global que está marcando o ano de 2020 na história da humanidade.

O foco principal dos novos inventos é o desenvolvimento de produtos voltados para os tratamentos na área de saúde e prevenção. Há ótimos exemplos ao redor do mundo. No Brasil, essa necessidade acabou por unir centros de pesquisa, universidades, empresas de base tecnológica e outras que aparentemente não teriam muita relação com os problemas em questão.

Não teriam, mas acabaram envolvidas positivamente, uma vez que a pandemia afetou a economia e, consequentemente, a geração de renda para muitos setores e segmentos, entre eles o dos profissionais autônomos e microempresários. E este foi o caso da empresa Stampelle, de São Carlos (SP), que trabalhava com manufatura de artigos em couro. Com a produção parada desde o início do isolamento social na cidade, no final da primeira quinzena do mês de março, a artista plástica Marta Milanetti resolveu unir dois sentimentos: adaptar a produção para algo que mantivesse ao menos parte da renda e também contribuísse para ajudar efetivamente no controle da pandemia.

“A primeira ideia e que acabou sendo implementada foi a fabricação e venda, a preço de custo praticamente, de máscaras de tecido duplo em tricoline e entretela, como preconizado pelo Ministério da Saúde”, conta a empresária Marta. Com ajuda até mesmo de familiares as máscaras começaram a ter saída e a demanda pelo equipamento de proteção só aumentou desde então, com a empresa atendendo pedidos locais e também de vários estados brasileiros.

Com o tempo a fabricação de máscaras com essas características acabou se ampliando em todas as cidades brasileiras. Foi quando a artista plástica paulista recebeu no final do mês de junho um telefonema inusitado de uma tia brasileira que reside na cidade de Vila-Real, na Comunidade Valenciana, na Espanha.

“Ela relatou que há mais de dez anos o marido, o pesquisador espanhol Juan Andrés Bort, da Universitat Jaume I, havia desenvolvido um trabalho para aplicação de micropartículas com ação antiviral e fungicida. E que de uma antiga parceria com o Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais, o CDMF [ligado à Fapesp), dirigido pelo pesquisador Elson Longo, da Universidade Federal de São Carlos [UFSCar], saía uma ótima notícia naquele momento: as micropartículas poderiam inviabilizar o vírus SarsCoV-2, responsável pela pandemia, quando aplicado em diferentes materiais, entre eles tecidos”, lembra Marta.

E como se não bastassem as sincronicidades, o tio espanhol é amigo do professor Longo, que foi o orientador do doutorado de Gustavo Simões, um dos sócios-proprietários da empresa de nanotecnologia Nanox Tecnologia S/A, também sediada em São Carlos, e que detém a patente da tecnologia que pode ser aplicada em diversos materiais, entre eles as máscaras de tecido. A partir dessa conversa, explica a empresária, só foi trocar os contatos para que a produção da Stampelle agregasse aos tecidos, em primeira mão no país, e por meio da Nanox, a solução virucida, fungicida e antibacteriana.

Os testes da Nanox feitos com o próprio vírus SarsCov-2 indicam que a aplicação da solução nanotecnológica nos tecidos garantem proteção por até dois anos ou, no mínimo, 50 lavagens. Ao ter contato com o tecido, os diferentes patógenos (vírus, bactérias e fungos) ficam inativados em até dois minutos. A máscara, se mantida seca e os cuidados de uso e manutenção forem observados, não precisa de lavagem diária ou ser trocada a cada três horas como as tradicionais.

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