No Dia Mundial do Rim, 10.944 pacientes aguardam transplantes
Em comemoração ao Dia Mundial do Rim ocorre nesta quinta-feira, 14, a campanha Pare de Agredir o seu Rim, na Praça do Mercado Municipal, das 8h às 17h, promovida pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) com o apoio da Pró-Reitoria de Extensão e da Sociedade Brasileira de Nefrologia e coordenada pela professora do Departamento de Gerontologia, Fabiana de Souza Orlandi.
A campanha será ação informativa e preventiva à população que ainda desconhece os fatores de risco, diagnósticos e tratamentos da doença renal crônica.
Os principais fatores de riscos são hipertensão, diabetes, histórico na família de problemas renais, sobrepeso, tabagismo e pessoas acima de 50 anos. O diagnóstico pode ser feito por exames laboratoriais de sangue e urina, solicitados por um médico.
Infelizmente, a grande maioria dos pacientes que descobre a deficiência renal já está com estado avançado, com apenas de 10% a 15% da funcionalidade dos dois rins. Segundo dados as Sociedade Brasileira de Nefrologia, cerca de 10 milhões de brasileiros têm a doença e não sabem.
O tratamento de diálise é um suporte chamado terapia renal substitutiva que pode ser dividido em três casos: o conservatório por meio de medicações e outras orientações médicas no diagnóstico precoce da doença; no estágio mais avançado ocorre a hemodiálise por meio de máquina ou diálise peritoneal por meio de inserção de cateter na região do peritônio com a função de limpar o sangue de impurezas acumuladas.
As sessões devem ser feitas três vês por semana e durante quatro horas. No caso da diálise peritoneal são quatro sessões a cada seis horas.
Durante o tratamento de hemodiálise ou diálise peritoneal, o paciente já é cadastrado na lista de espera por doação de órgão. Neste caso, a prioridade da lista segue de acordo com compatibilidade do órgão ao organismo do paciente.
Atualmente, em São Carlos, a Santa Casa atende 175 pacientes locais e da região no setor de hemodiálise e diálise peritoneal ambulatorial contínua, destes, poucos não estão cadastrados na lista do transplantes.
De acordo com o médico nefrologista, Nelson Gonçalves da Silva, o tempo de espera por um rim por doadores cadáveres dura em média seis anos. No Estado de São Paulo, a lista de espera por um transplante de rim é de 10.944 pacientes.
O nefrologista explica que há 30 anos a hemodiálise não era tão eficaz quanto atualmente. Antes, o paciente sobrevivia por um período de seis meses. Hoje as máquinas e filtros usados evoluíram muito, junto à pesquisa médica que descobre novos medicamentos, tornando a vida do paciente que faz hemodiálise muito mais confortável.
“O transplante não significa cura e os riscos de rejeição são iminentes. Claro que a qualidade de vida de quem faz transplante é melhor, pois não terá que se deslocar três vezes para sessões”, explica.