“O trabalho de mediação é um processo de inclusão”, diz juiz
Auxiliar na prevenção da violência juvenil, ajudar a identificar as habilidades que estão abaixo da média; verificar a indisciplina, a repetência e o desinteresse do aluno. Segundo Paulo César Scanavez, juiz de Direito da 2ª Vara Cível de São Carlos, realizando essas ações o mediador ajuda a realizar o processo de inclusão.
“Ele sabe que por trás dessas coisas existe uma causa”, afirma o juiz, que auxilia na formação de mediadores para atuar nas escolas: “Na prática, o mediador acaba sendo um psicopedagogo”.
Scanavez afirma que em duas oportunidades teve a oportunidade de apresentar aos mediadores uma visão geral dos conflitos familiares que repercutem nas escolas: “E nelas encontramos uma série de dificuldades que fazem com que se tornem um ambiente hostil”.
Um aspecto muito importante do mediador, afirma o juiz, é o de saber lidar com a diversidade: “Que sem dúvida é uma fonte de conflito”.
Ele explica que quando há um conflito sério entre dois adolescentes, por exemplo, cabe ao mediador chama-los e provocar neles o espírito de reconciliação: “Não se pune. O que se procura fazer é um reajustamento”.
Sobre o contato que teve com os mediadores, ele diz: “São muito comprometidos com o que fazem. Alguns deles inclusive acompanharam a aplicação da Escola de Pais”.
Há 13 anos Scanavez trabalha junto à Escola de Pais, esforço para “ajudar o pai a ser pai, e mãe ser mãe”. Mas apesar do nome, ele afirma que a participação de avós é também considerável. Desenvolvido em escolas, igrejas e outros ambientes comunitários ao redor de toda cidade, a intenção é ajudar as pessoas tomarem consciência dos seus papeis: “O pai e mãe são levados a entender que eles são ao mesmo tempo devedores e credores de amor do lar na relação com os filhos”, explica Scanavez.
Durante 10 semanas, uma vez por semana, os trabalhos são realizados, e “os resultados são excelentes”, afirma o juiz, que diz que novos encontros serão realizados no próximo semestre.
Questionado sobre a participação dos pais, ele diz: “A maior parte tem muito interesse de ajudar as suas famílias”. Um dos esforços, elucida o juiz, é fazer com que os pais ajudem os filhos para que estes tenham noção da própria identidade.