Pai acusa hospitais de suposta negligência na morte de filha
O pai da menina Vitória Camile Meira Matias, 11, que morreu na última terça-feira (23) na Santa Casa de São Carlos, Daniel Matias, acusa a unidade de saúde e o Hospital Escola de negligência e descaso durante o processo de tratamento da jovem.
De acordo com Matias, há aproximadamente 15 dias, a criança passou mal e ele a levou no Hospital Escola. “Na quinta-feira retrasada ela teve um problema de saúde, tomou remédio e passou. Na sexta levei até o Hospital Escola, com sintomas em estado avançado, e falaram que era coceira. A menina estava com dor na barriga e com o fígado atacado, mas insistiram que era coceira e deram uma pomada, até segunda-feira foi assim, dava soro e pomada”, contou.
O pai contou que na segunda-feira (15) foi realizado um exame às 7h e ficou pronto às 5h da tarde, e a partir daí encaminharam a criança para a Santa Casa. Na sexta-feira (19) ela piorou. “Na sexta começou a sair sangue pelo nariz e ouvido da minha filha, mandaram ela para Unidade de Terapia Intensiva (UTI), na sala de isolamento”, lembrou.
Matias questionou a maneira que uma médica atendeu sua filha, por telefone. “À noite o quadro dela se agravou, ligaram para uma médica que passava as coordenadas por telefone, nem foi ver a menina, com isso colocaram tampão e gelo, e a situação piorou”, ressaltou.
O pai disse que Vitória ficou na sala de isolamento e lamentou as condições do local. “Ela estava internada no isolamento da Santa Casa, com reboque caindo, fungos, o que deve ter contaminado a menina, já que disseram que ela estava com fungos no sangue. Lá ela ficou desconfortável, cama pequena, ficou com os pés para fora”, reclamou.
A família não sabe exatamente o motivo da morte de Vitória e o sentimento é de revolta. “Minha filha morreu porque não foi tratada corretamente e na hora certa. Meu sentimento é de revolta. Não sei do que ela morreu, só sei que morreu”.
Santa Casa afirma que as providências foram tomadas e HE abre sindicância
De acordo com a Santa Casa, Vitória Camile Meira Matias, 11, foi internada na unidade hospitalar na segunda-feira, 15, após um período de cinco dias no Hospital Escola. Na quarta-feira, 17, a paciente foi levada à Unidade de Tratamento Intensiva (UTI) infantil com o agravamento do quadro clínico.
A Santa Casa declarou ainda que desde a internação foram tomadas todas as providências, como a realização de uma bateria de exames na tentativa de obter o diagnóstico da doença da paciente. Com o óbito, o corpo da criança foi encaminhado para o Serviço de Verificação de Óbito (SVO) do Hospital Estadual de Américo Brasiliense e até o momento ainda não havia divulgado o resultado dos exames.
O Hospital Escola, através do diretor técnico dr. Sérgio Lopes, afirmou que vai abrir uma sindicância para apurar o caso, porém o médico informou que Vitória passou em três ocasiões pela unidade de saúde, sendo uma no dia 8 de setembro, onde apresentava um quadro alérgico, sendo medicada e orientada a passar uma pomada e tomar uma medicação.
Após seis dias, Vitória retornou novamente ao Hospital Escola. O problema apresentado pela paciente era diferente da primeira. Ela estava com dores abdominais. Diante disso, foi solicitada uma série de exames, realizados na manhã seguinte.
À noite os resultados ficaram prontos apontando que poderia ser algum processo de infecção, com isso sendo encaminhada à Santa Casa. Lopes disse que em todas as ocasiões a paciente foi medicada.
Uma sindicância para apurar o que aconteceu será aberta pelo Hospital Escola.