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Para profissional da área máquina digital é “faca de dois gumes”

03/09/2012 12h59 - Atualizado há 12 anos Publicado por: Redação
Para profissional da área máquina digital é “faca de dois gumes”

“O que existe hoje em dia é muito apertador de botão”, diz Christina Ceneviva, fotógrafa publicitária e de moda, e uma das proprietárias da primeira empresa fotográfica de São Carlos. Para ela, que vem de uma família de fotógrafos, as máquinas digitais foram uma “faca de dois gumes” no mercado, pois se por um lado elas tornaram o processo mais fácil e rápido por outro levou a uma perda da essência da arte fotográfica. “O fotógrafo precisa ter um olho clínico”, diz.

Segundo a fotógrafa, antes das digitais era preciso dar uma aula de fotografia para os clientes que compravam máquinas. “Hoje, tem a facilidade de compra, mas houve um prejuízo do ponto de vista profissional e mesmo empresarial. Acredito que todas as profissões devem tentar preservar o profissional”, defende.

Christina chama atenção para a importância documental da fotografia: “As pessoas armazenam as imagens em dvd, no computador, e esquecem que é muito fácil perder imagens nessas mídias. Um dvd tem tempo útil de 2 a 5 anos. O papel pode durar 100 anos”, explica.    

Na opinião de Eliane Coster, professora de fotografia do curso de Imagem e Som da UFSCar, “em termos econômicos houve um aumento do número de fotógrafos no mercado, devido a redução do valor dos equipamentos e da diminuição da exigência do

domínio técnico, o que resultou em uma diminuição do valor pago pelo trabalho e uma maior concorrência”.      

Para Pedro Fukuhara, as máquinas digitais não alteraram muito o custo de produção, mas agilizaram o processo se comparadas às máquinas analógicas que usavam filme. “Hoje, cerca de 90% abandonaram os filmes”, diz.

Quanto ao uso de filmes fotográficos, Paulo Cineviva, analista de sistemas e especialista em tecnologia da informação, chama atenção para dificuldade que existe hoje em dia em encontrar os produtos de revelação de filmes, além do encarecimento do preço. “No entanto, ainda existem pessoas que procuram revelação de filmes”, diz, e cita o caso de uma cliente que encontrou um filme não revelado numa máquina que era do avô. “Criar com máquina digital é uma coisa, com filme fotográfico é outra história”, diz Paulo.

Mas apesar do avanço digital, um grupo de amantes da fotografia opta pelo uso de filmes: “A gente usa filmes manuais, totalmente analógicos, e fazemos coisas que as máquinas digitais não possibilitam fazer, como saturação de cor, justaposição de imagens”, explica Ana Paula Melegani, estudante de arquitetura da USP e adepta da chamada lomografia. “A fotografia analógica tem um gostinho especial, a gente tem que esperar a revelação, ver o que deu certo, o que podemos mudar”, diz a futura arquiteta.

“É um incentivo e um resgate da fotografia convencional”, diz Christina.

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claudio
claudio
11 anos atrás

infelizmente o avanço tecnologico é invencivel…ou felizmente sabe-se lá

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