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Parte dos homens ainda se recusa a fazer exame de próstata

22/10/2012 11h57 - Atualizado há 12 anos Publicado por: Redação
Parte dos homens ainda se recusa a fazer exame de próstata

Dados do maior serviço público de urologia do Estado de São Paulo, o Centro de Referência em Saúde do Homem, mostram que 20% dos pacientes se recusam a realizar o exame de próstata (conhecido também como exame do toque), um dos procedimentos realizados com a finalidade de detectar indícios de câncer naquela glândula: “É costume antes do exame da próstata realizar o exame do PSA. Esses dois exames dão indícios de câncer, mas não o confirmam, já que outros quadros podem provocar alterações na próstata e no PSA, tal como uma inflamação ou uma infecção de urina”, explica Jeová Rocha,urologista e pesquisador do Hospital das Clínicas (HC) da USP de Ribeirão Preto, que completa: “A biopsia é o exame que confirma a incidência ou não do câncer”.

Mas a que se deve a recusa de muitos homens em fazer o exame de toque (3 mil num universo de 15 mil pacientes, segundo pesquisa do Centro de Referência)? Uma das explicações possíveis é dada por Geovani Gurgel Aciole da Silva, professor do Departamento de Medicina e Diretor da Unidade Saúde-Escola (USE) da UFSCar:       “É um comportamento cientificamente validado, quase um consenso entre os estudiosos da área de que o homem busca menos atendimento médico. Alguns dados apontam que cerca de 80% das pessoas que buscam atendimento nos serviços de saúde são mulheres ou crianças. Onde estão os homens? Não adoecem? Adoecem, mas não procuram cuidado. Procuram só quando o calo está maior do que o sapato”, diz Aciole da Silva, que atribui essa postura masculina a raízes culturais e sociais: “Na sociedade brasileira, há uma valorização da força, do poder, da virilidade, e a ideia de se submeter a exames talvez seja vista como incompatível com esses valores”, afirma.   

Na perspectiva de Jeová Rocha, urologista e pesquisador do Hospital das Clínicas (HC) da USP de Ribeirão Preto, essa postura, no entanto, vem mudando: “Existe hoje uma preocupação maior, mesmo por que tem se falado muito no assunto. Às vezes um amigo, um vizinho tem a doença e a pessoa acaba achando que também pode ter e quer se certificar. No consultório, às vezes os pacientes vão por outro motivo e quando, analisada a situação, sugerimos o exame de próstata, em geral as pessoas têm sido mais receptivas do que há 30 anos atrás”, explica o médico, que atua do HC desde 1981.

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