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Pesquisa estuda fragilidades maternas no cuidado domiciliar

12/07/2012 18h49 - Atualizado há 12 anos Publicado por: Redação
Pesquisa estuda fragilidades maternas no cuidado domiciliar

Uma pesquisa da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) sobre o cuidado em casa com crianças nascidas de forma prematura depois que obtiveram alta acaba de ser premiada no IX Congresso Iberoamericano de Neonatologia da Sociedade Iberoamericana de Neonatología (SIBEN) e na VII Reunião de Enfermagem da SIBEN. O trabalho, resultado de uma Iniciação Científica, descreve a experiência materna depois da alta hospitalar do bebê, aponta fragilidades e inseguranças e sugere uma relação entre profissionais da Saúde e as mães para superar as dificuldades nesse período de cuidados com a criança.

 

Nos eventos, que ocorreram de 20 a 23 de junho, em Belo Horizonte, a pesquisa foi reconhecida como o melhor trabalho de Enfermagem apresentado no congresso. De autoria de Natália Custodio, aluna do curso de graduação em Enfermagem da UFSCar, com orientação de Monika Wernet, professora do Departamento de Enfermagem (DEnf) da Universidade, a pesquisa reconhece que a separação entre a mãe e o filho durante o período em que o bebê permanece na Unidade de Cuidados Intensivos Neonatal (UCIN) pode repercutir emocionalmente na vida das mães e da família como um todo. Nesse sentido, pode ocorrer, por exemplo, uma sensação para a mãe de que ela está despreparada para cuidar do filho quando ele, finalmente, obtém alta e vai para casa.

Entre os motivos que causam essa sensação materna de despreparo, a pesquisa aponta para o fato de que, no período de internação, as mães podem se sentir como meras visitas a seus filhos, o que gera uma falta de intimidade e proximidade com a criança que pode, no futuro, contribuir para a sensação de despreparo materna para cuidado em casa.

Para chegar a essas conclusões o estudo preocupou-se com o período após um mês da alta da criança. Usando um método que busca descrever, extrair, analisar e compreender histórias de vida, a estudante entrevistou seis mulheres da cidade de São Carlos, segundo alguns critérios como a idade e características do bebê prematuro.

Entre as sugestões que o trabalho sugere para superar essas dificuldades, a pesquisa aponta para intervenções de Enfermagem, que podem envolver, segundo a autora do trabalho, um acompanhamento imediato da mulher no primeiro mês de alta de seu filho. Isso poderia ser feito, como sugere Natália Custódio, com a disponibilização de um serviço telefônico, 24 horas, ao qual a mãe pudesse recorrer para tirar dúvidas e relatar problemas no cuidado com a criança. O mesmo poderia ser feito, segundo ela, em rodas de conversa de grupos de apoio. “A mãe passa por um período muito difícil. É complicado integrar essa criança no domicílio, superar crenças sobre a fragilidade do bebê. Por isso, essas intervenções são tão importantes”, ressalta a pesquisadora.

A pesquisa premiada foi realizada durante a graduação de Natália Custódio e teve financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Ela formou-se em bacharelado em 2011 e acaba de concluir sua licenciatura em Enfermagem. Já tendo ingressado no mestrado do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da UFSCar, a aluna pretende dar continuidade à pesquisa, agora com foco na avaliação do impacto do apoio profissional às mães de crianças prematuras e como isso apresenta resultados no cuidado domiciliar. Na Universidade, o trabalho também se relaciona com outras pesquisas de pós-doutorado e de Iniciação Científica. Natália destaca, inclusive, que há lacunas de pesquisas com esse enfoque. “As pesquisas enfocam normalmente o cuidado intra-hospitalar, poucas abordam essa visão extra-muro, o que acontece com as crianças e as mães depois da alta do bebê prematuro e fora do hospital”, ressalta a pesquisadora.

Sobre o prêmio, a estudante afirma que foi uma surpresa seu trabalho ser selecionado entre tantas outras pesquisas importantes num congresso internacional como o SIBEN, que reuniu pessoas de países como Cuba, Uruguai, Argentina, além de pesquisadores de outros estados do País. “Eu não esperava. Foi muito gratificante ganhar esse prêmio”, finaliza a pesquisadora.

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