Pesquisador afirma que Broa poderá ser interditado
Em entrevista ao Primeira Página, o pesquisador e presidente da Associação Instituto Internacional de Ecologia e Gerenciamento Ambiental, José Galizia Tundisi, que faz trabalho de pesquisa sobre a Represa do Broa desde o ano de 1971, disse que é fundamental que haja um sistema de saneamento na represa para controlar a qualidade da água.
“Se não houver tratamento, daqui uns 4 anos ela poderá ser interditada e a entrada de banhistas em suas águas será proibida por contaminação”.
Na última quinta-feira, (30), o prefeito José Maria Candido (PMDB), o Zé Maria, esteve com o secretário de Saneamento e Recursos Hídricos do estado de São Paulo, Edson Giriboni, para reforçar o pedido, já feito ao governador Geraldo Alckmin, para liberação de R$ 18,4 milhões para execução do sistema completo de saneamento básico da represa do Broa.
Zé Maria explica que para o pedido dessa importante obra ambiental ser atendido pelo governador, é preciso que o projeto seja aprovado pela Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental de São Carlos (Cetesb), com a máxima urgência. Este projeto tramita nesse órgão estadual desde o dia 5 de novembro do ano passado.
“O Estado só vai apreciar o pedido dos recursos através do Programa Água Limpa, quando for emitida a licença de instalação dessa obra, ou seja, quando o projeto estiver totalmente aprovado” diz.
PROJETO
O sistema de saneamento foi feito pelo próprio Estado, através do Departamento de Águas e Energia Elétrica (Daee), e envolve as redes coletoras de esgoto, estação elevatória de esgoto, além da estação de tratamento de esgoto, de acordo com as normas e legislação ambiental.
Tundisi se diz preocupado com a situação sanitária da represa e com a saúde da população que frequenta o local. “Com o aumento da temperatura da água, que já chegou até 31 graus recentemente, devido às mudanças climáticas, facilita a proliferação de bactérias e vírus que podem prejudicar os banhistas”, confessa ele.
“Há necessidade urgente de fazer não só a estação de tratamento de esgoto, mas também os lançamentos para Brotas e para Itirapina, e os benefícios desse tratamento são permanentes”, declara Tundisi.
De acordo com Zé Maria, o prazo máximo para a Cetesb responder é até o dia 15 de fevereiro e, se não for aprovado, o prefeito também acredita que a represa será perdida por contaminação.
Zé Maria ainda conta que se for aprovado até no final de fevereiro e o governador incluí-lo no Programa Água Limpa, o próprio Estado, através do Daee, fará a licitação para contratação de empresa para execução das obras.
