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Pesquisador da ‘pílula do câncer’ considera temerária venda de substância como suplemento

04/03/2017 11h54 - Atualizado há 7 anos Publicado por: Redação
Pesquisador da ‘pílula do câncer’ considera temerária venda de substância como suplemento

O pesquisador do Instituto de Química de São Carlos da Universidade de São Paulo (IQSC/USP), Gilberto Chierice, emitiu nota sobre a venda da fosfoetanolamina sintética como suplemento alimentar. “Declaro que não possuo qualquer responsabilidade sobre esse produto no que diz respeito à fórmula e concentração da substância. É descabida a vinculação do meu nome a esse suplemento alimentar”, destacou.

Dois ex-colaboradores do químico Gilberto Chierice estão anunciando na internet a venda de fosfoetanolamina sintética, na forma de suplemento alimentar. A substância, que ficou conhecida no Brasil como ‘pílula do câncer’, está sendo produzida na Flórida (EUA) e será comercializada via e-commerce para o resto do mundo.

A propaganda do produto não fala de tratamento de câncer, mas o grande apelo comercial da substância no Brasil é nesse sentido. Também não há autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para esse fim.

“Também é importante esclarecer que a substância química registrada junto ao Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI) como Fosfoetanolamina Sintética foi estudada e criada exclusivamente por mim e, somente depois, foram realizados estudos e pesquisas com toda a equipe – químicos, biólogo, médicos e outros profissionais. O composto foi criado e desenvolvido por uma equipe competente de profissionais da química envolvidos no estudo a quem a lei outorga com exclusividade a expertise. Portanto, biólogos, médicos e outros profissionais não participaram da criação da substância química”, enfatizou Chierice.

TEMERÁRIA – Chierice considera “temerária qualquer outra forma de sintetização da fosfoetanolamina em produtos vendidos como suplemento alimentar”. “Repudio qualquer veiculação do nome do referido composto químico a produtos comerciais, justamente por não conhecer a composição e o processo de fabricação”, frisou.

“Ainda lembro que a substância química Fosfoetanolamina Sintética vem passando por rigorosa pesquisa patrocinada pelo Governo do Estado de São Paulo e pela iniciativa privada, onde ao mesmo tempo em que conta com o apoio incondicional de inúmeros profissionais, enfrenta resistência por boa parte dos envolvidos nas pesquisas, o que pode prejudicar a realização de um trabalho sério, isento e imparcial”, esclareceu o pesquisador.

Gilberto Chierice diz que permanece firme na missão de estudar e criar substâncias químicas que possam de alguma maneira melhorar a vida das pessoas, “tendo fé que a ciência e a vida vencerão todos os interesses financeiros”.

 

Anvisa diz que substância não tem registro

 

Em nota, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) diz que jamais foi protocolado, junto ao órgão, qualquer pedido de registro da fosfoetanolamina, seja na forma de suplemento, seja na forma de medicamento.

“A fosfoetanolamina não é uma substância proibida, mas, para ser comercializada, de acordo com a legislação brasileira, e em conformidade com as regras praticadas em todos os países desenvolvidos do mundo, precisa estar registrada na Anvisa”.

Segundo a Agência, para que suplementos à base de fosfoetanolamina possam ser comercializados no Brasil, é necessário que esses produtos não façam alegações de que possuem indicações terapêuticas ou medicamentosas. Essa medida é importante para evitar que o consumidor seja enganado por produtos que prometam a cura de doenças sem que tenham apresentado qualquer prova científica nesse sentido. 

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