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Pesquisadores da USP estudam aspectos do ensino de matemática

03/04/2013 12h44 - Atualizado há 11 anos Publicado por: Redação
Pesquisadores da USP estudam aspectos do ensino de matemática

O Grupo de Educação Matemática do Instituto de Ciências Matemáticas e Computação (ICMC) da USP de São Carlos reúne professores e alunos para estudar o ensino de matemática em três escolas da rede pública de ensino da cidade. Mas pelo fato de não serem um grupo com numerosos integrantes, os estudos desenvolvidos não conseguem ser muito amplos, diz Edna Maura Zuffi, uma das professoras que integram a equipe: “Não fazemos estudos estatísticos amplos pois não temos uma equipe muito grande , portanto fazemos estudos mais qualitativos: aplicamos situações de ensino diferenciadas, e através dessas explicações, estudamos os resultados”, explica Edna.

 

Por meio do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid), financiado pela Capes, 23 alunos bolsistas do campus de São Carlos freqüentam três escolas públicas, e nelas desenvolvem atividades diferenciadas, seja no próprio horário da aula de matemática, seja em período extraclasse. Questionada se as atividades trabalhadas pelos estudantes da USP são muito diferentes das aplicadas pelos professores da rede pública, a pesquisadora diz: “Geralmente, sim. As atividades de sala de aula desenvolvida pelos professores ainda são o que chamamos de ‘estilo tradicional’: giz, lousa, ele expondo informações e os alunos ouvindo, para fazer os exercícios”.

Segundo ela, um dos motivos do baixo rendimento nas aulas de matemática é justamente esse estilo de ensino: “Os alunos hoje têm uma atenção muito mais restrita, eles não conseguem ficar com a atenção fixa, são mais agitado, estão acostumados a fazer atividades no computador, atividades que duram pouco tempo”.  

Além disso, diz, a equipe de pesquisa percebe que muitos professores não relacionam as situações de estudo com a vida dos alunos, o que, segundo a pesquisadora, torna a matemática algo fora do cotidiano dos estudantes.

Mas o problema de ensino de matemática tem outras razões que não só a questão da formação do professor, diz a pesquisadora: “Existe uma desvalorização da formação por parte de muitas famílias, em relação à valorização do conhecimento. Também os alunos estudam muito pouco: vão à escola e pronto. A grande maioria não tem hábito de estudar em casa e fazer as atividades”.

Somada a esses aspectos, diz Edna, está a questão da disciplina: “Muitas vezes o professor não consegue ensinar nada porque não consegue ter um nível mínimo de disciplina. E quando falamos de disciplina não é só o aluno ficar quieto: falta engajamento em uma atividade. Temos relatos de casos em que o professor passou quase metade da aula administrando a indisciplina e os conflitos”, diz.

 

Sobre São Carlos

Questionada sobre os resultados de São Carlos (que alcançou nível 7 em escala que chega a 12 na Prova Brasil), ela diz: “É uma situação privilegiada dentro do Brasil, porém muito aquém do que desejaríamos”. Para ela, São Carlos se diferencia de outros municípios, pois têm duas universidades públicas que formam professores: “Porém, mesmo nessa situação privilegiada, nós sabemos de professores que estão dando aula na rede pública de São Carlos sem ter concluído o ensino superior. Não se formaram, mas estão cobrindo aulas de matemática, pois falta realmente professor”, diz.

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