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Políticas sociais são o caminho para a reduzir o envolvimento de adolescentes em crimes

14/03/2014 21h58 - Atualizado há 10 anos Publicado por: Redação
Políticas sociais são o caminho para a reduzir o envolvimento de adolescentes em crimes

Um crime brutal chocou a sociedade na última quinta-feira (13). O taxista José Cláudio Bodas, 59 anos, foi amarrado por assaltantes e jogado vivo em um rio às margens da rodovia SP-215. O que mais causou perplexidade é que o ato teve a participação de dois adolescentes, de 15 e 17 anos.

 

Ao comentar o assunto durante audiência pública na Câmara, o capitão da Polícia Militar (PM), Jeferson Lopes Jorge, defendeu a revisão urgente das leis penais. “E não falo isso pela instituição Polícia Militar, mas como cidadão”, explicou.

Capitão Jeferson admitiu que a violência, como os roubos, é uma situação presente na comunidade, mas saiu em defesa da polícia. Ele demonstrou números que apontam o trabalho da polícia. Na comparação entre 2012 e 2013, o número pessoas abordadas cresceu 39,8% e os atos infracionais, que envolvem adolescentes, 22,4%. A quantidade de pessoas abordadas também apresentou crescimento de 42,8%.

O major Alexandre Wellington de Souza, comandante interino do 38º Batalhão da Polícia Militar, disse observou que os roubos que acontecem em São Carlos são cometidos por pessoas armadas de faca de cozinha. Ele relacionou esses crimes com o consumo de entorpecentes. “O usuário de droga, sem dinheiro, se vê em um beco sem saída e sai às ruas em busca de dinheiro, vindo do roubo ou do furto, para sustentar o vício”, afirmou. “Precisamos trabalhar esse problema sob a ótica da prevenção primária, com o objetivo de evitar esses crimes”.

 

PRISÃO

O promotor criminal Marcelo Mizuno observou que, para estancar a crise da segurança pública, o Estado não deve apenas construir prisões. Ele opinou que a criminalidade só será combatida quando as políticas públicas funcionarem. “Há necessidade de uma política pública direta para combater o envolvimento dos adolescentes no tráfico de drogas”.

Para o promotor oferecer cursos aos jovens são ideias interessantes, contudo necessitam despertar o interesse do adolescente. “O tráfico recruta jovens ao crime porque a escola é pouco atrativa e o poder público fechou os olhos para isso”.

Mizuno defendeu o apoio mais incisivo a projetos sociais na periferia e citou o caso de um professor de artes marciais, Mauro Pacífico, que desenvolve um trabalho de artes marciais com os jovens e não tem apoio da Prefeitura.

“Não vamos vencer a criminalidade trabalhando apenas a questão carcerária, precisamos rever coisas no sistema penal como regime aberto, porém não podemos focar apenas no encarceramento, temos que cobrar do poder público políticas concretas, pois se não fizermos isso, prender não será a solução”.

Mizuno comentou que São Carlos possui bolsões de pobreza em bairros como Jardim Gonzaga, Aracy, Antenor Garcia, Santa Angelina e Santa Maria e que há a necessidade de se desenvolver projetos para que os jovens não sejam arrebanhados pelo tráfico de drogas.

O promotor da Infância e da Juventude, Mário Corrêa de Paula, espera que o processo de remodelação do Núcleo de Atendimento Integrado (NAI) pode responder à expectativa de reinserção do adolescente em conflito com a lei na sociedade.

 

O CASO

O taxista José Claudio Bodas, 59 anos, de Ribeirão Bonito, foi assassinado por dois menores, um de 15 e outro de 17 anos. A Polícia Militar encontrou, no início da tarde desta quinta-feira (13), dentro de um rio, na Fazenda Santana, o corpo do taxista, vítima de roubo em Ribeirão Bonito. Um terceiro suspeito que participou do crime foi preso na tarde de ontem, Douglas Aparecido Antunes, de 22 anos, que estava foragido, foi detido no Jardim Zavaglia e encaminhado à Delegacia de Investigações Gerais (DIG).

 

 

 

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