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“Pra Justiça, sou uma morta”, desabafa vítima de farsa do seguro

01/06/2017 09h48 - Atualizado há 7 anos Publicado por: Redação
“Pra Justiça, sou uma morta”, desabafa vítima de farsa do seguro

Cristiane da Silva analisa com perplexidade a trama em que foi envolvida. Ontem, a cidade tomou conhecimento da farsa do seguro, golpe que poderia render até R$ 1,4 milhão.
Contando com o atestado de óbito de um médico que atuava na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Vila Prado, um ex-agente funerário de 47 anos, a filha de 24 e o genro, um corretor de seguros de 25, tentaram aplicar o golpe contra quatro seguradoras. Ao todo, eram cinco apólices em nome de Cristiane. A mulher sente-se usada pelo grupo. Disse que mora em São Carlos há 4 anos, depois de se separar do ex-marido, em Matão. “Aí, entrei no mundo das drogas, não vou mentir. Hoje, meu negócio é só pinga e não sou mais moradora de rua. O Ricardo me tirou da rua”, revelou Cristiane ao mencionar o nome do amásio. A mulher considera a história absurda. “Pra Justiça, sou uma morta. Tenho que provar que estou viva”, resumiu.
O ‘sepultamento’ aconteceu no dia 28 de fevereiro, no Cemitério Nossa Senhora do Carmo. Cristiane confessa que já visitou o próprio túmulo em companhia da advogada dela que acompanha o caso. Depois do ‘enterro’, Cristiane foi a Matão visitar a mãe, irmãos e as três filhas. “Todos estão bem”, diz a mulher, em tom de alívio.
Generosidade
Cristiane tem crises convulsivas. Em um dos ataques, sofreu fratura de mandíbula, o que provoca dificuldades na fala. Por causa desse problema, ela admite que em várias ocasiões perdeu os documentos. Na última oportunidade, ela confiou na generosidade do ex-agente funerário, que a encaminhou ao Poupatempo para a confecção de mais uma via de CPF e RG. “Ele disse que queria me ajudar e até guardou o documento pra mim”.
Cristiane disse que não desconfiava do uso indevido dos documentos. “Depois, chegou a ‘roda preta’ na minha casa e disse: ‘Sabe por que estamos aqui? Você foi enterrada e fizeram um seguro em seu nome de R$ 1,4 milhão”, descreveu. “Eu vi meu atestado de óbito, que terrível”, complementou a mulher.

Investigação policial abortou golpe

O caso é investigado pelo 2º Distrito Policial. No dia 20 de março, a dona de casa, esposa do corretor de seguros e filha do ex-agente funerário, compareceu ao Cartório de Registro Civil, instalado na vila Prado e registrou a morte de Cristiane da Silva.         
Quando os participantes da trama se preparavam para dar entrada no recebimento das apólices do seguro, teriam abortado a sequência do crime, pois tomaram conhecimento das investigações, apesar da cautela e do sigilo da Polícia Civil ao caso.
O delegado Walkmar da Silva Negré indiciou o ex-agente, o corretor de seguros, a dona de casa e o médico por estelionato, falsidade ideológica e associação criminosa. “Tenho convulsões, não posso trabalhar e agora preciso provar que estou viva”, disse.
A advogada Sandra Nucci confirmou que espera o término do inquérito para revalidar os documentos de Cristiane. “Ela é vítima de toda essa história. Só ficou sabendo do caso depois de procurada pela polícia”.

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