“Pressão não é o melhor caminho”, diz Airton sobre eventual greve de médicos
Durante a apresentação dos secretários municipais na Fundação Educacional São Carlos (Fesc), o prefeito eleito Airton Garcia (PSB) comentou a possibilidade dos médicos plantonistas da Santa Casa decidirem por uma paralisação, em assembleia prevista para o dia 4 de janeiro, às 19h.
Em nota divulgada pelo Primeira Página, o corpo clínico da Santa Casa salientou que os atendimentos de urgência e emergência não serão interrompidos. “A medida se tornou inevitável após a ausência de qualquer medida para resolver o problema dos atrasos, que já ultrapassam os 90 dias. Não temos a intenção de prejudicar os atendimentos à população, mas tão somente garantir os direitos de recebimento pelos serviços que já foram prestados”, esclareceu o documento publicado pela Diretoria Clínica do Hospital.
“O nosso problema não é com a Prefeitura, mas com a Santa Casa. Uma vez que fomos informados na quinta-feira, 29, que não existe nenhuma previsão de pagamento até o dia 15 de janeiro. E parte dos médicos vive dos rendimentos do plantão”, disse o médico Ricardo Castro, que responde interinamente pela Diretoria Clínica da Santa Casa. Diariamente, o hospital conta com 17 plantonistas presenciais e 19 a distância.
A dívida dos plantões é estimada em R$ 1,5 milhão referente aos meses de outubro e novembro.
PRESSÃO – Na entrevista à imprensa, Airton Garcia foi questionado sobre quais medidas adotará em caso de paralisação dos atendimentos médicos. “Não sei. Eu tenho falado que a Santa Casa é uma caixa-preta. Ali, pessoas ganham muito e quem paga o prejuízo é a população de São Carlos. Acho que o hospital precisa passar por uma reformulação administrativa. Vamos entrar na Prefeitura no dia 2 e iremos devagar estudando as coisas e vendo o que podemos fazer. Mas adianto: na pressão, não é o melhor caminho para mexer comigo”.
PONDERADO – O secretário de Saúde, Caco Colenci, disse que já buscou o diálogo com a Diretoria Clínica e na terça-feira, 3 de janeiro, vai se reunir com os médicos em busca de uma solução. “Vamos conversar e tentar uma solução amigável. O nosso objetivo é que a população não sofra. Com muita conversa e bom senso, acreditamos que evitaremos a paralisação. Não podemos deixar a população desassistida, com a ausência de médicos, pela falta de pagamento da Prefeitura”.
