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“Questão da água tem alcance muito amplo”, diz professora

06/07/2013 13h29 - Atualizado há 11 anos Publicado por: Redação
“Questão da água tem alcance muito amplo”, diz professora

Tramitando nas instâncias da Universidade de São Paulo (USP) desde 2009, a instalação da Engenharia Hídrica, novo curso da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) está em sua última fase.

 

“Já está aprovado pelo Conselho de Graduação da USP. Falta apenas uma última etapa, que é o do Conselho Universitário”, afirma Luisa Fernanda Ribeiro Reis, uma das professoras responsáveis pelo projeto do curso. Segundo ela, a ideia de implantar uma engenharia focada nas questões hídricas deve-se ao fato de o Brasil ter graves problemas ligados ao tema, tal como suas características continentais, seus aquíferos, uso de hidrovias, a variedade da sua hidrologia, e a geração de energia.

“Temos questões imperiosas relacionados a problemas de drenagem urbana, de abastecimento. Já temos a transposição de outras bacias para o fornecimento de grandes metrópoles. Existem no país problemas no desenvolvimento de hidrovias e portos, grande problema de escoamento de alimentos, por exemplo. As hidrovias no país não são bem utilizadas”.

Embora tenhamos recursos, afirma, isso não basta: “Sem tecnologia e capacidade de gerenciamento, podemos ter problemas idênticos aos da escassez”, afirma.

O curso de Engenharia Hídrica visa justamente formar profissionais com capacidade para gerenciar esses recursos. Questionada sobre como o novo curso se diferencia de outros cursos que abordam o tema da água, como Engenharia Civil, ela diz:

“Na Civil, o aluno despende muita energia para aprender disciplinas como concreto armado, estruturas metálicas. No novo curso, essa energia é canalizada para as questões hídricas: já na base ele tomaria contato com os problemas da Engenharia Hídrica”.

Ela explica que o mercado potencial para o profissional é amplo. Na área de planejamento, o engenheiro hídrico poderia trabalhar junto às várias esferas do poder público, em consultoria privadas, nos Comitês de Bacia: “Igualmente na área de projetos”.

Questionada sobre a diferença entre planejamento e projeto, ela explica: “O planejamento é mais abrangente. Envolve os vários contornos do problema nas suas várias esferas. O projeto é delimitado”.

E os projetos em recursos hídricos, a professora salienta, são grandes e interferem muito na vida das pessoas: “Então têm que ser pensado não apenas como algo que tem efeito sobre o nível local”. Contemplaria questões econômicas, sociais, ambientais.

 

Estrutura e perfil

Quando implantado, o curso de Engenharia Hídrica terá 50 vagas. Ele foi planejado para 10 semestres, contendo 72 matérias. Para estruturá-lo, é prevista a contratação de 21 novos professores: “É uma ampliação considerável, mas necessária”, diz a professora Fernanda. 

Ela explica que as habilidades esperadas do profissional são: capacidade de trabalhar com equipes interdisciplinares e de exercer funções de coordenação: “Pois sabemos que a questão da água tem um alcance muito grande: ambiente, economia, aspectos sociais. Ele tem que saber atuar em uma equipe interdisciplinar, pois muitos profissionais têm que trabalhar em conjunto”.

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