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Santa Casa recebe certificação de excelência no atendimento ao AVC com conclusão do Projeto Angels

Tempo para atender pacientes diminuiu com capacitação dos profissionais

21/02/2022 20h58 - Atualizado há 2 anos Publicado por: Redação
Santa Casa recebe certificação de excelência no atendimento ao AVC com conclusão do Projeto Angels Comunicação/Santa Casa

A Santa Casa de São Carlos recebeu, na sexta-feira (18), Placa do Projeto Angels em reconhecimento ao trabalho realizado no hospital para a diminuição do tempo de atendimento de pacientes com Acidente Vascular Cerebral (AVC). A cerimônia marcou a finalização do projeto. Durante nove meses, foram realizados treinamentos e monitorias para o atendimento da equipe do Serviço de Neurologia e do Pronto-Socorro da Santa Casa.

Em reconhecimento à eficácia do trabalho, em janeiro desse ano, o hospital já tinha recebido a stroke bag, uma bolsa para guardar materiais, dentre eles remédios, utilizados no atendimento do AVC. Agora a Instituição recebeu a placa que confirma a implementação do projeto na Santa Casa.

O tempo do atendimento é fundamental. A pessoa acometida pelo AVC isquêmico, quando há entupimento de um vaso cerebral, tem até 4 horas e meia, a partir do início dos sintomas, para receber o trombolítico, medicamento capaz de dissolver os coágulos sanguíneos. Mas, quanto mais cedo o paciente for atendido, diminui significativamente a chance de que ele tenha sequelas. Nesse sentido, os protocolos internacionais recomendam que o atendimento (análise clínica, tomografia de crânio e administração da primeira dose do trombolítico) seja realizado em até 1 hora, a chamada “hora de ouro”.

O neurologista e Coordenador do Serviço de Neurologia da Santa Casa, Vitor Pugliesi, explica a importância do tempo no socorro aos pacientes acometidos pelo acidente vascular cerebral e fala sobre o quanto o hospital melhorou nesse aspecto.

“A nossa Santa Casa de São Carlos, com a implementação do Projeto Angels, conseguiu fazer com que todo o fluxo de atendimento do AVC, desde a chegada até o momento de receber a medicação, tivesse uma diminuição de tempo muito grande. Então, nós sabemos que todo o paciente com AVC isquêmico, que chega à Santa Casa e que atende os critérios para o uso do trombolítico, quanto mais rápido ele receber a medicação, menores são as chances de sequelas. Nós, inicialmente, tínhamos um tempo que já era bom, de 59 minutos, visto que internacionalmente se preconiza que esse atendimento seja de 1 hora. Com as melhorias que fizemos no nosso Pronto-Socorro e no nosso fluxo, conseguimos diminuir para 20 minutos, chegando a tempos de até 6 minutos, como em uma simulação que fizemos recentemente. Isso significa menos sequelas neurológicas e melhor qualidade de vida aos pacientes”, afirma o médico.

Já a Coordenadora de Enfermagem, Ariadni Martins, uma das responsáveis pela implementação do Projeto Angels na Santa Casa, destacou a união da equipe nesse processo de evolução. “A cada treinamento, a cada monitoria, toda a equipe se empenhava para diminuir o tempo de atendimento ao paciente. E a gente sabia que a melhoria do nosso trabalho iria ajudar diretamente na recuperação daquela pessoa que teve o AVC”, comenta.    A médica neurologista do Hospital Universitário, Milena Libardi, reconheceu a importância da Santa Casa no atendimento a esses pacientes.  “É um trabalho muito importante para que a população de São Carlos tenha uma assistência correta, seja tratada de maneira adequada. A Santa Casa faz o papel do tratamento de urgência e, nós do HU, oferecemos o acompanhamento com o ambulatório destinado a pacientes com AVC, onde conseguimos fazer uma integração da rede na questão de reabilitação dessas pessoas”, explica.

O Projeto Angels, presente em mais de 150 hospitais no Brasil e mais de 2.800 hospitais no mundo, tem como objetivo aumentar o número de centros capacitados para o atendimento do AVC. E agora a Santa Casa passa a fazer parte desse seleto grupo. Para Karla Leal Trevisan, educadora científica do projeto, a Santa Casa fez por merecer essa conquista e ainda será um exemplo como multiplicadora desse conhecimento.

“Vocês aqui também são uma instituição de ensino. Então, você imagina, quantos médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem estão passando por essa Instituição e têm a oportunidade de verem o protocolo de AVC funcionando. Para onde esses profissionais estiverem trabalhando, eles vão levar um pouco desse conhecimento. E, muitas vezes, eles vão buscar um resultado igual ao que está tendo na Santa Casa de São Carlos. Então, todo mundo ganha, a população ganha e, evidentemente, essa população para onde vão esses novos profissionais no futuro”, comemora.

Com os índices de excelência alcançados pela Santa Casa, o próximo desafio agora é reforçar a conscientização da população e fazer com que os pacientes cheguem mais rapidamente ao hospital. Quanto mais ágil for esse deslocamento, maiores são as chances de a pessoa sobreviver e com o mínimo possível de sequelas.

Foi o caso do marceneiro Rosemiro Aparecido da Silva, que foi vítima de AVC em 2019. Devido à rapidez do atendimento, não teve sequelas. O irmão dele, Luciano Carlos da Silva, identificou a doença e fez o transporte para a Santa Casa de imediato.

Para que a história com final feliz do Rosemiro seja também a de outros pacientes, é preciso priorizar a chegada dos pacientes o mais rapidamente possível à Santa Casa. E isso inclui tanto o trabalho das autoridades de saúde de São Carlos, como de todas as outras cidades da microrregião (Descalvado, Dourado, Ibaté , Porto Ferreira e Ribeirão Bonito).

O Secretário de Saúde de Descalvado, Wander Bonelli, reforça que “o município procura já mandar o paciente depois de tomar o medicamento trombolítico e tenta fazer essa parceria da melhor forma. Quando colocamos um caso na CROSS (Central de Regulação para Ofertas de Serviços de Saúde), ele já é aceito rapidamente e isso é o que a gente tem de melhor entre as equipes da Santa Casa de São Carlos e de Descalvado”, afirma.

A Secretária Municipal de Saúde de Porto Ferreira, Vera Lúcia Vizolli, reforça a importância da Santa Casa de São Carlos para os atendimentos da região. “O hospital é fundamental porque é a nossa referência para alta complexidade. Então, todos os casos de AVC, nós temos que encaminhar para cá”, declara.

O Provedor da Santa Casa, Antônio Valério Morillas Júnior, parabenizou a equipe de profissionais de saúde da Instituição pela conquista da Placa de Reconhecimento do Projeto Angels e ressaltou que o maior beneficiado é o paciente. “A Santa Casa, toda a equipe de enfermagem, o corpo clínico, da neurologia principalmente, estão de parabéns por estarmos recebendo esse prêmio de excelência no atendimento à população. Ganha a nossa cidade, ganha toda a região, e todos os pacientes que eventualmente necessitarem desse atendimento”, conclui o Provedor.

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