São-carlenses usam o ‘jeitinho brasileiro’ para ter água

24/12/2012 15h26 - Atualizado há 11 anos Publicado por: Redação

A falta de água ocorrida nos últimos dias atingiu perto de dez regiões da cidade desde quinta-feira, 20, segundo reclamações registradas por leitores no Primeira Página, à redação do jornal.

Bairros como Cidade Aracy, Vila Nery, e Jardim São Jose tiveram o fornecimento de água cortados durante dois dias da semana passada com períodos de até 18 horas com as torneiras secas.

De acordo com o encanador Reinaldo Pratadeira, 59 anos que mora na Vila Nery, durante o dia não havia fornecimento de água e só no final da noite é que está chegando para encher reservatórios. “Teve dia das vizinhas aqui da rua dividirem os baldes de água até para tomar banho”, disse.

A história contada pela moradora também da Vila Nery, Maria Aparecida Pagnã, 53 anos, dona de casa, não foge a regra e teve de usar o tanque e os baldes de casa para reservar água.

Ela disse que só ontem conseguiu tomar um banho descente e que durante o último final de semana estava se lavando com água aquecida no fogão na base da caneca. “Eu estoquei água da chuva de sábado e domingo para lavar a louça da cozinha”, relatou

Os moradores afirmaram ainda que o volume de água está muito baixo, diferente de outras épocas. “Essa falta de água começou em agosto e nos últimos três meses se intensificou”, como declarou o morador da Cidade Aracy, Adão Carneiro, 36 anos.

Ele afirmou que a justificativa dada pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae), de São Carlos é sempre o mesmo culpando os motores das bombas que levam a água dos poços artesianos aos reservatórios. “Os poços tem duas bombas, não é possível que as duas queimem ao mesmo tempo”, questionou.

A reportagem do Primeira Página procurou a assessoria do Saae, mas por conta do recesso não encontrou os responsáveis pelo setor. Já o futuro presidente da autarquia, Sergio Pepino, que assume o posto com a posse do governo de Paulo Altomani (PSDB) afirmou que será lançado logo em 2 de janeiro um plano emergencial para que se tenha os reservatório abastecidos e inicia uma manutenção preventiva em todo o equipamento responsável pelo abastecimento de água da cidade.

Infelizmente, o Saae hoje não tem uma logística estabelecida e uma equipe treinada para resolver problemas pontuais. Exemplo disso é uma bamba queimada na captação do córrego do Feijão que por mau funcionamento de um rolimã  obrigou a se trocar todo o eixo do motor. “Até ontem estava parada. Não podemos permitir que isso continue dessa forma. Pretendo encher os reservatórios e garantir água por pelo menos  cinco dias, para toda a cidade e iniciar um plano emergencial de preventivo”, afirmou Pepino.